INE afirma que setor agrícola evidenciou uma resiliência que não foi patente noutros setores

"A agricultura globalmente terá atravessado um ano marcado pela pandemia covid-19, evidenciando uma resiliência que não foi patente em muitos outros setores da atividade económica nacional".

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Esta é uma das conclusões das Estatísticas Agrícolas de 2020, divulgadas ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que destacou o facto de, num ano de pandemia, o setor agrícola ter registado um aumento das exportações e uma diminuição das importações. A este respeito, refira-se que, à exceção das bebidas, as exportações dos produtos agrícolas e agroalimentares aumentaram 5,8% face ao ano anterior (uma evolução inversa à redução de 10,2% registada nas exportações globais de bens), enquanto que as importações diminuíram 1,8%, melhorando o saldo da balança comercial (diminuição do défice em 429,7 milhões de euros).

“As Estatísticas Agrícolas anunciadas hoje pelo INE vêm sublinhar o que temos vindo a destacar nos últimos meses: a capacidade de resiliência ímpar que o setor agrícola tem demonstrado nesta fase de pandemia. Numa altura em que a agricultura nem sempre é devidamente valorizada, este é o reconhecimento justo aos nossos agricultores, que trabalham de forma incansável e exemplar para que nada falte nas nossas mesas”, afirmou a Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes.

O Instituto Nacional de Estatística salientou, ainda, que relativamente a 2019, Portugal é o Estado-membro da União Europeia com menor consumo de fertilizantes minerais (azoto e fósforo), tendo registado um consumo aparente de 31 quilogramas por hectare de Superfície Agrícola Utilizada (SAU), o que representa menos de metade da média da União Europeia. Já relativamente aos gases com efeito de estufa (GEE) emitidos pela atividade agrícola em Portugal, em 2019, foram de 10,1% da emissão total dos GEE, estando este valor próximo da média da União Europeia (10,3%).

O relatório diz, também, que em 2019 foram vendidos 2,2 quilogramas de substância ativa dos principais grupos de pesticidas por hectares de SAL, sendo esta uma proporção acima da média da União Europeia (1,8 quilogramas de sustância ativa por hectare de SAU).  

“Estes resultados reforçam a necessidade de implementação de estratégias que assegurem a sustentabilidade da agricultura, as quais queremos aprofundar com o Plano Estratégico da PAC (PEPAC), que se encontra ainda em construção. As linhas de ação estão a ser desenvolvidas em estreita colaboração com o setor e com a sociedade civil e é neste espírito de cooperação que pretendemos dar resposta às três dimensões - ambiental, económica e social – da Política Agrícola Comum”, remata Maria do Céu Antunes.

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