II Encontro de Produtores de Framboesa - UAlg – Campus de Gambelas

II Encontro de Produtores de Framboesa - UAlg – Campus de Gambelas

Por: Tiago Aleixo

No passado dia 28 de novembro decorreu no Campus de Gambelas - Universidade do Algarve, com o apoio do COTHN e do INIAV IP, o II Encontro de Produtores de Framboesa da zona sul do país. Tratou-se de um encontro algo informal, com o objetivo principal de fomentar a troca de informações sobre cultivares e resultados de ensaios, e também marcar mais um passo no percurso para o sucesso da fileira da framboesa. O tema suscita bastante interesse na região, reunindo assim não só a presença de produtores, como também de empresários locais, professores e curiosos.

A sessão teve início com o moderador Dr.º Brás de Oliveira (INIAV), introduzindo uma breve nota de aconselhamento, não só a novos produtores como a empresários já instalados. Dado o elevado número de tecnologias de produção praticadas em Portugal, é por vezes difícil a escolha das variedades mais adaptadas a um determinado sistema produtivo, é por isso fundamental ter o conhecimento atualizado sobre as novas cultivares disponíveis e a sua aceitação pelos mercados, sendo necessário dar especial atenção ao background das variedades.

Primeira sessão teve como orador principal o Engº Jean Luc Durand, da empresa Marionnet Sarl

Empresa localizada no coração de França (Sologne), usufrui da experiência adquirida a partir de três gerações, utilizando técnicas in vitro para a produção de plantas melhoradas nomeadamente, morango, framboesa, groselha e espargos. Detêm 500ha em viveiros, dos quais 150 ha são dedicados para a produção ao longo do ano, possuem um laboratório para culturas in vitro e uma unidade de melhoramento e investigação, têm também explorações para ensaios de cultivares no Norte de Marrocos. É considerada empresa líder no país para a produção de plantas de frutos vermelhos: 40% do morango produzido em França corresponde a variedades Marionnet e 60% da venda de plantas (seja morango, framboesa e outros pequenos frutos) são resultado da empresa.

Os ensaios realizados pela Marionnet são efetuados em simultâneo, não só pela empresa como por produtores nacionais e antes do lançamento comercial, detêm 8 a 10 anos de ensaios prévios. Trata-se de variedades protegidas e a sua multiplicação é proibida por lei. Por serem variedades livres de royalties o único encargo que apresenta, é o custo de aquisição das plantas, não requerendo qualquer tipo de contrato com a empresa.

O técnico francês apontou de uma forma geral para as mais recentes e interessantes variedades de morango, pelas suas características gustativas e aroma, como a Marabella, a Mara des Bois e Manille®.

Na cultura da framboesa, a empresa seleciona diversos critérios de qualidade para a seleção de uma determinada variedade, nomeadamente critérios gustativos como o açúcar no fruto, riqueza no aroma, suculência e textura. No que respeita à planta, os critérios baseiam-se na sua tolerância a pragas e doenças, no rendimento que esta apresenta e consequente calibre da fruta, na apresentação dos frutos, na firmeza da fruta durante a conservação, na facilidade e velocidade de colheita e no comportamento da planta em viveiro.

O especialista, Eng.º Jean Luc Durand, apresentou variedades remontantes e não remontantes contudo, a apresentação focou-se em variedades remontantes. Algumas das variedades de framboesa com maior importância para a empresa na atualidade Imara, Kweli, Kwanza, Versailles, Paris, Chambord. As que estão a entrar em desuso são a Himbo Top, Sumo 2, Galante, Héritage. E ainda a variedade Marastar, com maior aptidão para a produção amadora (jardins) não comercial.

Da framboesa foram ainda apresentados os diferentes géneros de plantas que a Marionnet comercializa: plantas de raiz nua, onde se incluem as varas pequenas, médias e grandes (long cane) e as plantas jovens em torrão.

A proposta da empresa focou-se em duas variedades atuais: a Paris e Versailles

Variedade Paris: Variedade superior, remontante, semi-tardia (época de produção semelhante à Kweli), planta vigorosa e muito rústica, com varas de grande diâmetro que lhe fornece uma boa base, conferindo-lhe também um porte aberto com uma sebe muito arejada e crescimento muito apical, e baixa ramificação até aos primeiros 40cm do solo, o que facilita a recolha das varas para a segunda produção (remontante). A produção concentra-se na parte superior da planta e demonstra baixas produções nas varas laterais. Tem boa aptidão para colheita, no que respeita à facilidade com que o fruto se liberta do recetáculo, aumentando desta forma a velocidade de colheita e diminuindo a percentagem de fruta danificada, esta variedade ainda possibilita a colheita de fruta com uma cor mais rosada. Em relação às características da fruta, esta é regular, com grande calibre (6 a 6.5g), fruto cónico, menos aveludado que a Kweli, com coloração mais clara que a Polka (rosado vivo), é uma fruta homogénea nas drupéolas, com boa firmeza e boa conservação, apresentado uma taxa de colheita elevada. Com características gustativas de extrema qualidade, a fruta é bastante perfumada. Nos ensaios realizados, a planta mostrou-se tolerante às principais doenças e pragas.

Variedade Versailles: Variedade remontante e rústica, semi-tardia, planta com vigor médio, mais precoce que a Paris. A planta não tem espinhos o que facilita a colheita, aumentando a velocidade desta operação.

A produção concentra-se no topo da vara, com um baixo crescimento de laterias, que por si só se apresentam muito curtos. A condução e a produção são consideradas fáceis. Apresenta potencial produtivo muito próximo da Kwanza, sendo que ainda se realizam ensaios para o melhoramento da produção por metro linear (5kg/ml). Por ter porte mais vertical suporta bem grandes densidades, 6 a 8 varas por metro linear. A fruta é de grande calibre e tem duas épocas de produção com calibres diferentes, na primeira 10 a 12g por fruto e na segunda com valores na ordem das 5g. O fruto é bastante alongado, de forma cónica, firme, com cor muito rosada e brilhante, próximo da coloração da Kwanza. Boas características gustativas, com perfume moderado e boa relação ácido/doce, contudo mais ácida que a variedade Paris. Reúne boas características de conservação, em relação à firmeza e cor da fruta.
Um exemplo de um ensaio realizado por um produtor: uma densidade de 3 vasos por metro linear, em cada vaso 3 torrões de framboesa, resultando em 9 plantas por metro linear (grande densidade). Não havendo qualquer intervenção na planta (poda e remoção de folhas), a produção concentrou-se na parte superior. Obtendo-se uma produção por vara na ordem das 600g, que correspondem a 5.400kg por metro linear.

Resultados Marionnet (Sologne) 2013

Foram realizados ensaios de alta densidade na Marionnet (Sologne), para as variedades Paris e Versailles: para um ensaio a plantação foi realizada em torrão a 25 de abril de 2012 e terminou a 19 de julho de 2013. Com plantas em vaso de 12l e substrato de fibra de coco, optou-se por uma densidade de 2 plantas por metro linear, nestas forçou-se o desenvolvimento de 3 varas por planta, que correspondeu a 6 varas por metro linear. Na tabela I encontram-se os resultados da dupla colheita (outono e verão).
Pela experiência adquirida pela Marionnet, e segundo o Dr. Ayrton Cerqueira, pode calcular-se que a entrada em produção para Portugal seja antecedida em cerca de duas a três semanas. Na tabela II são apresentados os resultados de outro ensaio, iniciado a 17 de abril de 2013, deste ensaio são ainda retirados os gráficos I e II que demonstram os diferentes rendimentos semanais das variedades estudadas.

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Resultados Marionnet (Tongre) 2012

Outro ensaio realizado pela Marionnet, desta vez na estação de pesquisa de Tongre (Bélgica), foram apresentados os dados de 2012, visto os de 2013 ainda não estarem disponíveis. Contudo, os dados do último ensaio confirmaram a tendência do ano anterior.

Neste ensaio as plantas foram plantadas em torrão no inicio abril, este é interessante pelo facto de dividir a colheita em fruta de categoria extra, subcategorias e refugo. Da seleção de 8 variedades, destacaram-se as variedades Chambord e Kweli que apresentaram os valores mais elevados para a produção de fruta (g/plt) de primeira categoria. De uma forma geral, tanto a Paris como a Versailles apresentaram baixos resultados de fruta classificada em subcategoria e refugo, face aos elevados resultados de fruta de categoria extra.

Do mesmo ensaio, nos resultados relativos a parâmetros de firmeza do fruto e tempo de prateleira (após 7 dias a 4°C), a variedade Kwanza demonstrou os melhores resultados no tempo de prateleira. Chambord e Kweli obtiveram valores interessantes no parâmetro da firmeza. Com valores inferiores mas também com bons resultados encontra-se a variedade Paris, contudo, a Versailles apresentou resultados abaixo da média em ambos os parâmetros.

Durante a análise de resultados destacaram-se dois picos de colheita, a realçar o peso médio da framboesa, a 28 de setembro, para a variedade Paris, com 6.4 g por fruto e a 12 de outubro para a Versailles, com 5.2 g por fruto.

Dos resultados finais deste ensaio retiram-se alguns valores interessantes, a variedade Kwanza, Paris e Versailles apresentaram percentagens superiores a 87% no que se refere a fruta de categoria extra, Chambord e Kweli apresentaram produtividades superiores a 2.200 kg/planta.

Existem ainda outros ensaios com as mais recentes variedades Marionnet, no Norte de Marrocos, próximo do litoral, em zonas mais quentes que Portugal. São maioritariamente ensaios realizados em vaso, para experiências realizadas em solo ainda não têm resultados. Porém, não foram apresentados quaisquer resultados para este tipo de ensaios.

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As dúvidas da plateia focaram-se em saber o feedback destas variedades no Algarve. Segundo o diretor comercial, atualmente só existem resultados da Imara e Kweli. O fator horas de frio também foi referido, contudo foi frisado, pelo Eng.º Jean Luc Durand, que não haverá dificuldade na adaptação à diferença do número de horas de frio sentidos em Portugal. Ainda se discutiu o benéfico comportamento da vara de raiz nua, para lenha de segundo ano, no entanto estará em estudo qual o tamanho ideal para o máximo de produção no primeiro ano. A empresa tem tido maior feedback destas variedades (Paris e Versailles) do Norte da Europa, nomeadamente da Holanda. Para sul e de momento, só tem ensaios em Marrocos.

Existem ainda clientes do sul de Espanha, que iniciarão as plantações destas variedades no inicio do ano.

A segunda sessão teve como principal orador o Dr. Pedro Brás de Oliveira (INIAV)

O investigador do INIAV apresentou resultados de diversos ensaios realizados na Herdade Experimental da Fataca (Odemira), no âmbito do Projecto EUBerry. São ensaios de variedades pré-comerciais para obtenção de resultados e aferição de produções, com a duração de 3 anos.

Foram realizados ensaios em túnel, cultura no solo e 3 plantas por metro linear, com a plantação realizada em 2011. No primeiro ano observou-se em cada linha plantas pouco uniformes, devido à sua adaptação ao local. Os resultados desse ano não foram contabilizados para efeitos de ensaio.

O processo seguinte passou pelo corte das plantas à rasa (no final do inverno), não criando desta forma varas de segundo ano, portanto deixa assim de existir produção precoce de primavera. Este tratamento uniformiza todas as variedades, forçando-as a um crescimento remontante, para melhor análise de dados.

A 17 de Agosto, todas as plantas foram podadas em verde, cortando-as com 10 a 20 nós, interrompendo assim o seu crescimento, com o objetivo de alcançar melhores resultados na produção de outono (produção mais valorizada). Após este corte as plantas tem tendência a responder com o rebentamento de laterais, nestes foi realizado uma monda, selecionando um máximo de 3 laterias (superiores) por planta. Durante o Outono, apresentaram uma produção concentrada nos 3 laterais selecionados, a colheita terminou ao final de um mês.

O Eng.º Brás de Oliveira reforça que é apologista deste modo de produção, pelos baixos custos que apresenta e pela rapidez da entrada em produção, face aos métodos mais utilizados. Tem a desvantagem de ter produção em junho e Julho, que é uma produção menos valorizada.

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As variedades Amira e Kweli demonstraram resultados interessantes, sendo desta forma analisadas num outro ensaio mais adiante.

* Da variedade Kweli os resultados esperados seriam muito mais altos, contudo um dos graves problemas destes ensaios varietais de pequena dimensão, é a fertirrigação igual para todas as variedades. Como é sabido as respostas das variedades são diferentes em função da adubação.

A variedade Himbo top, sujeita ao mesmo defeito de adubação semelhante para todos os sectores, reagiu com grande vigor e bastante fruta, consequentemente, a planta e o seu o sistema de condução não suportaram o peso da fruta e os lançamentos acabaram por quebrar-se. Uma vez quebrados os lançamentos, não é possível a recuperação da produção. Esta variedade apresenta bons resultados produtivos, todavia é desvalorizada pelas suas baixas características organolépticas.

A variedade Polka, com resultados pouco significativos, atualmente encontra-se em desuso.

A Radiance também apresentou resultados interessantes. Conhecida por ter frutos brilhantes e formar uma boa cuvete, embora com frutos de calibre reduzido.

O investigador Dr. Brás de Oliveira mostrou o seu enorme desagrado à regra europeia, que permite a compra dos direitos varietais por parte de companhias privadas. Por este motivo não foi possível o progresso do ensaio varietal da Erika, pois a empresa Europe Fruits adquiriu recentemente os seus direitos para Portugal e Espanha. Alertou ainda para o facto de atualmente se sentir uma tendência nas grandes companhias em adotarem esta técnica, sentida não só na framboesa, mas ainda em maior escala na cultura do mirtilo.

Os primeiros 5% da produção concentram-se entre junho e julho. Interrompeu-se a produção de 95% (remontante) a 17 de agosto, por ex., a variedade Himbo Top estava a meio da produção quando foi interrompido o seu ciclo. Após o corte em verde, as plantas tendem em homogeneizar a sua resposta na emissão de laterais, ficando muito uniformes, para desta forma obter-se uma produção concentrada. Em relação aos resultados de Outono é de notar, pelos resultados na tabela VI, que as produções apresentam datas muito próximas, face aos resultados de primavera. A colheita terminou a 14 de Janeiro.

Ensaio da Kweli e Amira

Após a análise das 8 variedades estudadas, concluiu-se como sendo de maior interesse a Kweli e a Amira. O próximo ensaio focou-se apenas em resultados de produção das duas variedades, mediante o seu comportamento em relação a um diferente número de horas de frio. Ambas foram plantadas em substrato de fibra de coco, casca de pinheiro e perlite. Para comparação existiram duas testemunhas de cada variedade, uma que sofreu de frio natural (300 a 400 horas) e outra que sofreu de frio natural mais 528 horas em câmara frigorífica (desde 7 de Dezembro a 30 de Janeiro). Cada caixa de hidroponia continha 5 plantas.

Os dados que foram apresentados remetem para a produção do lançamento de 2º ano. No 1º ano as plantas foram deixadas crescer para se adaptarem ao local, em seguida são podadas (chamadas vulgarmente de long canes) e transportadas para câmara frigorífica. Após o tratamento de frio, voltam a ser plantadas nos tuneis e são analisados vários fatores (percentagem de abrolhamentos, produção de fruta...).

Segundo o responsável do estudo, Dr. Brás Oliveira, uma questão importante nos resultados é saber onde ocorre a produção de fruta na planta, se na parte superior ou ao longo de todo o lançamento. Quando a produção não ocorre em simultâneo ao longo de todo o lançamento, este comportamento traduz-se numa típica falta de frio, os gomos tem diferentes tempos de abrolhamento e uma consequente diferença na maturação da fruta.

Em relação ao sistema de long cane, é apontado um inconveniente desta técnica, o facto da planta ter a tendência em auto compensar-se e muitas vezes, mesmo com abrolhamentos a 100%, a planta não tem força suficiente para conseguir expressar toda a produtividade dos gomos.

Em resumo, a Kweli obteve melhores produções face à variedade Amira, a produção comercial da Kweli foi 3 vezes superior. No que se refere ao calibre, a Amira teve melhores resultados mas pouco significativos.

Nas plantas que foram submetidas a horas de frio em câmara, a Amira foi a que mostrou melhores resultados, já a Kweli não apresentou variações: o frio artificial provoca stress na planta e esta variedade não reage a este impulso, não se alterando em termos produtivos. Chegou-se então à conclusão que a Amira, para regiões do sudoeste alentejano e do Algarve, não é considerada uma boa opção, pois estas zonas apresentam número de horas de frio insuficientes para se obter os melhores resultados na produção, em lançamentos de 2º ano.

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Como foi referido anteriormente, pelo Dr. Brás de Oliveira, para uma planta com o total de horas de frio perfeito, a produção será concentrada ao longo dos laterias. Este tipo de resultados foi visível em ambas as testemunhas da variedade Kweli: quer as plantas que foram submetidas a horas de frio artificial como as que estiveram expostas ao frio ambiente mantiveram resultados semelhantes na produção. Pôde-se concluir assim, para esta variedade, que o número de horas de frio sentido no ambiente é suficiente para bons resultados na produção.

Um último conselho dado aos produtores, referiu-se ao facto de prestarem atenção aos dados facultados (ex. número de horas de frio) e também às fotografias, que muitas vezes surgem nos catálogos de variedades, mas podem nem sempre corresponder a resultados reais.

Saída de campo à exploração

Na parte da tarde, houve uma visita à exploração Fernando Alexandre - Sociedade Agrícola, localizada em Faro. Horticultor há diversos anos, especialista na cultura do tomate, courgette e meloa, porém jovem produtor na fileira da framboesa. É produtor da variedade Amira, obteve bons resultados de produção no primeiro ano (primavera e outono). No atual, os resultados encontravam-se em declínio, face ao ano anterior. O produtor tinha em mãos a tomada de decisão: substituição das plantas por novas ou a poda para posterior produção. Como características positivas desta variedade o produtor aponta para a sua grande precocidade, a possibilidade em anteceder a produção até um mês antes da Kweli, ser considerada uma variedade simples de se produzir, com planos de adubação semelhantes aos da cultura do tomate.

Como desvantagens, são apontados a dificuldade na colheita, por ser uma fruta sensível ao rachar (deve ser colhida com coloração rosada), necessita de água com altas condutividades e também é considerada muito vulnerável ao ataque do aranhiço e oídio.

A longo prazo, o produtor mostra algum receio por parte do crescente desenvolvimento de explorações em Marrocos poderem vir a ser altamente competitivas com os produtores nacionais. No entanto é clara a sua opinião, considerando que existe espaço para mais produtores nacionais de pequenos frutos.

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