Governo lança medidas para combater a falta de água para o gado

O ministro da Agricultura mostrou-se esta sexta-feira disponível para lançar uma medida de apoio para os agricultores poderem combater o problema da falta de água para o gado, devido à seca, segundo uma federação agrícola do Alentejo.

A disponibilidade de Luís Capoulas Santos para lançar a medida foi manifestada numa reunião, no Ministério da Agricultura, em Lisboa, com a Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) sobre o problema da falta de água para o gado na região.

A reunião, que se realizou a pedido da federação, «correu bem e o ministro mostrou-se disponível para acolher algumas das propostas que apresentámos» em relação ao problema da falta de água para gado e à execução do novo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR2020), disse à Lusa o presidente da FAABA, Rui Garrido.

Segundo o responsável, «o ministro mostrou-se disponível para abrir uma medida para pequenos investimentos nas explorações agrícolas, que existia no anterior Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) e dá para os agricultores poderem financiar a abertura de furos» ou outras formas de pesquisa e captação de águas subterrâneas, que, atualmente, «é o mais importante» para se combater o problema da falta de água para gado.

A medida deverá abranger apenas os agricultores de zonas afetadas pela seca, referiu Rui Garrido, frisando que Luís Capoulas Santos também se mostrou disponível para «aligeirar a burocracia» para que os processos de autorização para pesquisa e captação de águas subterrâneas possam «ocorrer de forma rápida».

De acordo com a FAABA, o problema da falta de água para o gado arrasta-se «há mais de dois anos e já levou ao esgotamento das reservas hídricas de várias explorações» do Baixo Alentejo e, «sem indicadores de melhorias a curto prazo, a situação é de calamidade e exige adoção de medidas inadiáveis».

A abertura de furos, a aquisição de cisternas e a contratação de serviços a bombeiros para transporte de água às explorações agropecuárias são algumas das medidas que foram tomadas no passado para «mitigar a situação provocada pela seca», lembra a FAABA.

Rui Garrido adiantou, por outro lado, que o ministro também demonstrou «muita abertura para analisar» as propostas apresentadas pela FAABA em relação à execução do PDR2020, manifestando a esperança de que «algumas delas vão avançar».

Na reunião com o ministro, a FAABA defendeu a necessidade de uma dotação orçamental que «não comprometa os projetos já candidatados» ao PDR2020.

Segundo a FAABA, «já foram dadas garantias de abertura de novas candidaturas», mas, atualmente, «o maior constrangimento» é «a falta de dotação orçamental para as que já foram apresentadas» o que «pode implicar o não financiamento de muitos projetos, que, embora aprovados, após transitarem dois períodos consecutivos não consigam pontuação suficiente».  

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