Governo estuda medidas para prejuízos causados pelo granizo

Texto: Ana Catarina Monteiro

O Governo português está a avaliar os danos causados nas estruturas agrícolas pela queda de granizo que ocorreu no último fim-de-semana. A AJAP estima que “centenas de agricultores do planalto mirandês” ficaram com as suas culturas destruídas.

Imagem retirada do Facebook

O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, garantiu esta semana que está a ser feito o levantamento dos estragos causados pela trovoada, chuva e granizo que afetaram no passado sábado (13 de julho) o concelho de Mogadouro, no distrito de Bragança.

Em declarações à Lusa, o autarca do município, Francisco Guimarães, classificou os prejuízos como “muito avultados”, descrevendo as pedras de granizo “quase do tamanho de ovos de galinha”.

O apuramento dos estragos por parte do Governo vai determinar que “outras ajudas” podem ser dadas pelo Governo aos agricultores que não se encontram protegidos pelo seguro de colheitas financiado em 60% pelo Estado.

"Não faz sentido o Estado apoiar aqueles agricultores que não fizeram seguro, porque isso seria desincentivar todos aqueles que o fazem", disse o ministro, segundo a Lusa, numa reunião do Conselho de Agricultura e Pescas da União Europeia (UE).

Para já, a Direção Regional de Agricultura e o município de Mogadouro anunciaram apenas um apoio para as culturas de vinha: 15 euros por hectare para evitar a perda total da colheita, estimando-se que cerca de mil hectares de vinha foram afetados pelo mau tempo.

AJAP preocupada com prejuízos

A Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) estima que “centenas de agricultores”, das freguesias de Perado de Bemposta, Algosinho, Urros, Bemposta, Tó, Vilarinho dos Galegos, Ventuzelo e Bruço, viram uma “boa parte” das suas colheitas ficarem destruídas e “em alguns casos comprometidas para o próximo ano”, dado a dimensão dos danos causados pela “trovoada que durante uma hora causou estragos nas vinhas e nos olivais”.

Relativamente às hortícolas, explica em comunicado a associação, “praticamente tudo foi destruído”, segundo informações do corpo técnico e entidades protocoladas com a AJAP na região.

Os agricultores da região “praticam a vinha e olivais em sequeiro e na pecuária aparecem os bovinos de carne da Raça Mirandesa”, outros optam pelos porcos da “Raça Bísara e alguns nos ovinos e caprinos”, descreve a associação, acrescentando que esta é uma “região de excelentes condições produtivas, mas devido a uma enorme ausência de água, uma fraca capacidade de reestruturação fundiária e ausência de emparcelamento”.

Para a AJAP “os seguros diferenciados no apoio aos prémios a pagar deveriam ser regionalizados”. 

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