Fruta e legumes portugueses auditados

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Durante o mês de setembro de 2015 três missões de altos quadros dos ministérios da Agricultura da Colômbia, Peru e México vão fazer auditorias à produção de fruta e legumes portugueses que, caso tenham sucesso, abrem portas à exportação para aqueles países.

As auditorias, avança o jornal Público, surgem numa altura em que o Brasil – para onde vai mais de 40% da pera rocha - atravessa dificuldades económicas, e em que o embargo russo fez aumentar na Europa a oferta de fruta, as visitas são «absolutamente determinantes» para o setor, diz ao diário Manuel Évora, presidente da Portugal Fresh, Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores.

«Constituem a concretização de um trabalho exaustivo ao nível dos dossiers que são ‘esgrimidos’ durante meses e, por vezes, anos entre os ministérios da Agricultura de Portugal e dos países onde queremos chegar com as nossas frutas e legumes», continua.

As chamadas «missões técnicas» são preparadas em conjunto com a tutela de Assunção Cristas, os produtores representados pelo Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN), a Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP) e a Portugal Fresh.

O México é o mercado onde a abertura às importações portuguesas está mais próximo de concretizar. A visita marcada para 21 a 24 é para «validação conclusiva», adianta Manuel Évora. A mais recente comitiva, da Colômbia, esteve até sábado a visitar agricultores, pomares de pera rocha e os entrepostos das organizações de produtores.

Os produtores de fruta e legumes estão também a tentar entrar na região do Magreb e no Oriente e têm traçado o novo mapa das exportações em conjunto com o Ministério da Agricultura, através da Secretaria de Estado da Alimentação.

Há mais de um ano que a busca por novos clientes internacionais tem sido a prioridades das empresas e agricultores, depois de a Rússia ter proibido a importação de hortofrutícolas europeus.

Apesar de Portugal não exportar em grandes volumes para o mercado russo, outros países, como a Polónia, perderam o seu principal cliente. A oferta de fruta aumentou no espaço europeu, tal como a concorrência e a disputa por compradores alternativos.

O Brasil é um deles. Apesar de ser um dos mais importantes mercados para o setor e comprar regularmente pera, maçã, pêssego e ameixa, os problemas económicos e a desvalorização do real têm dificultado das exportações.

«A pressão de muitos operadores, alguns deles pouco preparados e com uma abordagem incorreta têm dificultado em muito a rentabilidade das empresas», adianta Manuel Évora.

«Nos últimos anos tem havido mais problemas de incumprimentos financeiros e principalmente uma constante e sucessiva desvalorização da qualidade das encomendas que enviamos», lamenta.

A dependência do Brasil para a pera rocha, «a rainha» das exportações nacionais de fruta, é enorme.

Em 2014, os produtores associados da ANP venderam para o estrangeiro 102 mil toneladas de pera, 40,2% das quais para o Brasil. Segue-se o Reino Unido, que absorve 17,5%, França (16,5%), Marrocos (9,5%) e Irlanda (5,9%).

Fonte: Público

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