"Portugal tem assumido opções estratégicas para produção de alimentação saudável"
“Do Plano Nacional Agrícola, entre 30 a 35% das medidas estão relacionadas com o clima e a questão energética", disse Luís Capoulas Santos por ocasião do FISAS.
Texto: Ana Catarina Monteiro
"Portugal tem assumido claras opções estratégicas para a produção de uma alimentação saudável e segurança alimentar”, considera Luís Capoulas Santos. O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural de Portugal discursou na sessão inaugural do Fórum Internacional Territórios Relevantes para Sistemas Alimentares Sustentáveis (FISAS), que decorre até ao próximo domingo em Idanha-a-Nova.
Segundo o ministro, o clima e a questão energética representam mais de 30% do Plano Nacional Agrícola, exemplicando os valores com medidas como "Estatuto de Pequena Agricultura Familiar, o Programa de Regadios Tradicionais e a Reforma da Floresta".
No FISAS estão representados 15 países, de quatro continentes, com uma preocupação comum: promover uma transição para sistemas alimentares sustentáveis de maneira a cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos.
O ministro da Agricultura terminou a sua intervenção com a atribuição da Medalha de Honra da Agricultura de Portugal ao diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, que encerra o seu segundo mandato à frente da organização este mês.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) deu conta no evento o seu apoio ao programa de colaboração que visa criar um centro de competências a fim de promover a agricultura sustentável nos países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). O centro será sediado em São Tomé e Príncipe.
Para o diretor-geral da FAO, a iniciativa de cooperação entre países em prol da agricultura sustentável vai servir “para plantar a ideia de que um modelo novo e mais sustentável e responsável de produção e consumo é possível”.
José Graziano da Silva considera que “os sistemas alimentares não se mudam com tecnologia. No lugar disso, é preciso fazer mudanças nas leis e na área da investigação”.
“A criação de políticas públicas adequadas para a promoção da agricultura sustentável, da agroecologia e do acesso à alimentos saudáveis por toda a população”, sublinhou o responsável dando como exemplo “a política que promove as compras públicas de alimentos provenientes da agricultura familiar, iniciada no Brasil e já implementada em dezenas de países”, afirmou durante a sua intervenção.
Por: Ana Catarina Monteiro