Financiamento de CoLAB ultrapassa €69 milhões

A Estação Zootécnica Nacional (EZN), no Vale de Santarém, vai receber um dos cinco novos laboratórios colaborativos (CoLAB), aprovados recentemente pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

EZN Santarém CoLABs

Texto: Ana Catarina Monteiro

Dedicado à investigação e inovação em alimentação animal, o InovFeed - Estratégias Alimentares Inovadoras para uma Produção Animal Sustentável, coordenado pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), é um dos cinco mais recentes projetos nomeados CoLAB, pela FCT, e representa um investimento de dois milhões de euros.

Numa 3ª avaliação de candidaturas ao concurso de atribuição da designação de Laboratório Colaborativo (CoLAB), submetidas até janeiro de 2019, a FCT atribuiu o título aos projetos CSESI Hub CoLAB, VG CoLAB, BUILT CoLAB e FOODLAB CoLAB, além do InovFeed. Os projetos foram apresentados publicamente na última semana, no Porto, vindo reforçar a lista dos 21 CoLAB já existentes.

Segundo a FCT, o financiamento para o total de 26 CoLAB ultrapassa os 69 milhões de euros, sendo que, desse valor, 57 milhões destinam-se à contratação, até 2021, de mais de 600 recursos humanos altamente qualificados.

Os novos CoLAB têm 90 dias após a decisão de atribuição do título para se constituírem como associações privadas sem fins lucrativos ou empresas. Promovendo a colaboração entre instituições de ciência, tecnologia e ensino superior e o tecido económico e social.

Os CoLAB visam a criação, direta e indireta, de empregos de alto valor acrescentado em Portugal, através da implementação de agendas de investigação e de inovação orientadas para a criação de valor económico e social, explica no seu site a FCT. O concurso de atribuição do título de CoLAB está aberto em permanência.

InovFeed: “Produzir animais saudáveis para humanos saudáveis”

No que diz respeito ao projeto InovFeed, o objetivo, como explicou à agência Lusa a coordenadora da EZN, Olga Moreira, é dar resposta ao aumento do consumo de carne, encontrando soluções para que o modo de produção de carne seja «mais sustentável e mais eficiente», tanto para a produção como para o ambiente.

Num sentido mais lato, a meta a alcançar passa por «produzir animais saudáveis para humanos saudáveis», indo ao encontro dos propósitos da iniciativa One Health da União Europeia, lembrou a responsável. A produção pecuária está «fortemente dependente de recursos alimentares ricos em proteínas”, sendo “de extrema importância o desenvolvimento de estratégias alternativas de fornecimento de proteína que minimizem a dependência de importações» e o desperdício.

Outra vertente do projeto passa pelo aumento da «valorização de resíduos orgânicos, resíduos não utilizados e novas gerações de subprodutos» da agroindústria, que serão destinados à cadeia alimentar.

Além de novas fontes de nutrientes, serão desenvolvidas alternativas aos antibióticos, baseados em vegetais, para acabar com a resistência microbiana e garantir animais saudáveis, acrescentou Olga Moreira.

O projeto passa assim a integrar a rede de laboratórios colaborativos (CoLAB) financiados pela FCT, sendo que a candidatura implicou uma análise das tendências para consumo de carne.

Ao todo, o InovFeed envolve 16 entidades e vai criar 30 postos de trabalho, em cinco anos, 18 dos quais pertencerão a investigadores, de acordo com dados divulgados pela agência Lusa.

Coordenado pelo INIAV, que detém a EZN, o InovFeed conta ainda com a participação das Universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), de Évora, do Porto (Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência) e de Lisboa. Do setor privado, está envolvida a Associação de Industriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA), que detém 80% do mercado, e nove empresas agroalimentares suas associadas.

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