Exportações da Fileira do Pinho sobem 25% e atingem recorde de 2,2 mil milhões de euros em 2021

A partir dos mais recentes indicadores de Comércio Internacional do INE (Instituto Nacional de Estatística), o Centro PINUS analisou as exportações portuguesas da Fileira do Pinho que, em 2021, alcançaram pela primeira vez o recorde de 2,2 mil milhões de euros.

Esta é uma subida expressiva de 437 milhões de euros (+25%) e que evidencia a recuperação das exportações da Fileira relativamente a 2020. Nesse mesmo ano, registou-se uma diminuição de 140 milhões de euros (-7,5%), uma tendência transversal às restantes indústrias florestais justificada pelo contexto da pandemia.

De salientar, ainda, que o aumento das exportações da Fileira do Pinho superou ligeiramente a tendência nacional, em que as exportações de bens aumentaram 18% (9,7 mil milhões de euros) no mesmo período. Para isto terá contribuído um aumento da procura de madeira como material sustentável, o aumento generalizado dos preços e o crescimento do mercado de construção e DIY (do-it-yourself).

“Estes dados estatísticos relativos a 2021 revelam bem a importância de toda a Fileira Florestal para a economia do País, em particular no que se refere à sua contribuição - que atinge 9% -, para a exportação nacional de bens”, analisa o economista João Ferreira do Amaral.

O Professor Catedrático do ISEG recorda, ainda, que “mais uma vez fica clara a necessidade de se apostar no desenvolvimento equilibrado e harmonioso da produção florestal, aumentando ainda mais a sua contribuição para o objetivo da neutralidade carbónica e para o desenvolvimento económico sustentável nacional”. João Ferreira do Amaral destaca “especialmente, a Fileira do Pinho com uma participação de quase 40% das exportações de toda a fileira florestal”.

Mobiliário, o subsetor que mais contribui. Pellets continuam em retração.

O subsetor mobiliário continuou a ser o que mais exporta, totalizando em 2021, mais de 795 M€ (+17%).

Destaca-se a evolução nos subsetores resina com um aumento de 62% nas exportações, assim como, no subsetor pasta e papel de embalagem (+37%). Também nos subsetores madeira e painéis, a tendência foi de crescimento com 29% e 27%, respetivamente.

De acordo com a RESIPINUS, a procura de resina do pinhal português acompanhou o aumento das importações em países como a China e o Brasil. “O ano 2021 foi um ano muito positivo para a fileira da resina natural, na medida em que houve uma maior procura em mais de 30% e, consequentemente, um aumento significativo dos preços dos seus derivados”, explica Hilário da Costa, presidente da Associação de Destiladores e Exploradores de Resina.

Prespetiva-se assim, que em 2022 a produção da resina natural em Portugal tenha crescimento, não só pela maior procura mas também pelos apoios do Plano de Recuperação e Resiliência”, antevê o associado do Centro PINUS para este ano.

Em contrapartida, o subsetor pellets foi o único que registou em 2021 uma diminuição de exportações com uma redução de -17% de vendas para o exterior, semelhante à contração de 19%, verificada em 2020. Este é também o subsetor que menos contributo relativo teve para as exportações da Fileira do Pinho.

O contributo da Fileira do Pinho na economia nacional: 58 mil postos de trabalho A Fileira do Pinho possui uma elevada relevância em termos de emprego industrial, representando 57 843 postos de trabalho, muitos localizados no interior do País, contribuindo para a fixação e rendimento das populações.

O setor industrial da fileira do pinho possui uma enorme diversidade de mercados, produtos e agentes, numa cadeia de valor extensa e com elevadas relações de interdependência através de transações comerciais de produtos e subprodutos, num claro exemplo de economia circular. Este elevado grau de interdependência verifica-se entre as indústrias da serração, mobiliário, painéis e papel kraft.

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