EUA superam Rússia e voltam a ser maior exportador de trigo

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Os EUA e a Rússia estão novamente envolvidos numa disputa por supremacia, desta vez no mercado de trigo. Depois de a Rússia ter recentemente passado à liderança, os Estados Unidos contra-atacaram com a ajuda do dólar mais fraco.

Uma ironia da situação é que os EUA estão a ganhar quota de mercado em parte devido à investigação do FBI às ligações entre os assessores do presidente dos EUA, Donald Trump, e a Rússia.

A investigação enfraqueceu o dólar e deixou o cereal americano mais barato para os compradores de fora. O cenário está a ajudar os EUA a retomarem a posição de maiores exportadores de trigo do mundo, pela primeira vez em três anos, roubando de volta o título da Rússia.

A luta pela liderança nas exportações mundiais de trigo é sempre acirrada e fornecedores como EUA, Rússia e Canadá costumam lutar por essa posição.

Os exportadores americanos estavam em desvantagem após vários anos de dólar mais forte. Agora, com o dólar em queda, a oferta dos Estados Unidos está tão barata que o Egito, o maior importador mundial, comprou dois carregamentos num leilão na semana passada.

Essa é a primeira compra do tipo em dois anos e mostra que o cereal norte-americano se tornou mais competitivo, mesmo tendo custos de frete mais elevados.

Os EUA exportarão 28,2 milhões de toneladas de trigo na campanha agrícola que está prestes a terminar, 34% a mais do que um ano antes, estima o Departamento de Agricultura dos EUA.

Com o resultado, as vendas do país ao exterior superarão as da Rússia, projectadas em 28 milhões de toneladas. O euro mais forte e as más colheitas também estão a tornar a oferta da União Europeia menos competitiva. 

Vitória no Egito 

Os EUA venderam 115.000 toneladas ao governo egípcio na semana passada e também embarcaram cerca de 612.000 toneladas à Argélia na atual campanha, mercados muitas vezes dominados pela Europa e pelo Mar Negro.

A procura também foi impulsionada pela China. Os principais mercados dos EUA são o México e o Japão. 

No entanto, os exportadores americanos podem não desfrutar dos benefícios por muito tempo. Os países da região do Mar Negro provavelmente terão boas colheitas na colheita local, que começa em julho, enquanto os EUA plantaram a menor área de trigo de inverno em mais de um século.

O clima frio e húmido também está a gerar preocupações quanto à qualidade da safra de inverno dos EUA, que está ainda a começar a ser colhida, segundo o Rabobank International. 

Os EUA ainda poderão manter uma vantagem sobre o trigo europeu porque a valorização do euro e o clima seco prejudicarão a colheita da próxima safra em Espanha e em França.

O trigo de Paris para entrega em dezembro estava 21,50 dólares por tonelada mais caro do que o cereal negociado em Chicago, um recorde para esse contrato.

Fonte: Jornal de Negócios

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