Covid-19 "Coronavírus" está afetar exportações agroalimentares para a China
O surto do coronavírus Covid-19 está a afetar pequenas e médias empresas (PME) portuguesas, sobretudo do setor agroalimentar, e o primeiro trimestre está praticamente perdido, disse à Lusa o presidente da Associação de Jovens Empresários China-Portugal.
«Está a ter impacto económico nas PME portuguesas, sobretudo nas do setor agroalimentar ligadas à exportação», afirmou Alberto Carvalho Neto. «A situação está a afectar as exportações de produtos que na China são essencialmente consumidos socialmente, como é o caso do vinho, muito por causa da redução drástica de eventos sociais e empresariais», explicou.
O dirigente associativo, também empresário, adiantou que «foram cancelados e adiados eventos de janeiro, fevereiro e março» na China continental e na Região Administrativa Especial de Macau, e que «as encomendas também caíram». Razão pela qual, concluiu, «para as empresas portuguesas vai haver uma grande quebra e está praticamente perdido o primeiro trimestre».
O único setor que «subiu a pique, obviamente», precisou, foi o que está ligado às empresas portuguesas que exportam material médico, «normalmente para países como Moçambique e Angola, por exemplo, e que canalizaram as vendas para a China e Macau».
Outros setores atingidos são os de exportação de serviços e de componentes, em especial ligados à indústria automóvel, que baixaram a actividade, acrescentou o empresário.Contudo, «os empresários têm de olhar para isto sem pânico e sem medo e adoptar uma postura racional para se conseguir gerir bem o processo, (…) apesar de estar tudo em stand-by», indicou.
E deixa um aconselhou: «O mercado tem de estar ativo» e os empresários «têm de manter contacto com os parceiros comerciais dessas PME, mostrando disponibilidade, se possível, em manifestar solidariedade com o momento que estão a viver, enviando, por exemplo, máscaras, que têm sido pedidas e estão em falta».
O coronavírus Covid-19 já provocou 2004 mortos na China continental e infetou mais de 74 mil a nível mundial. Além das vítimas mortais no continente chinês, há a registar um morto na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão, um em França e um em Taiwan.
FONTE: Lusa/Público