“Cidade do agroalimentar” nasce no Vale de Santarém

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Foi assinado a 23 de abril o protocolo de cooperação para o desenvolvimento de um Centro de Excelência para a Agricultura e a Agroindústria (CEAAI) no Pólo de Investigação do INIAV na Fonte Boa, no Vale de Santarém.

O documento foi assinado pela CIMLT - Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, Câmara Municipal de Santarém, Agrocluster/Nersant, Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), Instituto Politécnico de Santarém (IPS), Universidade de Lisboa (UL) e Universidade de Évora.

O presidente da Câmara de Santarém Ricardo Gonçalves afirmou a sua satisfação pela concretização deste projeto que tem vindo a ser preparado há dez meses, com a participação das diversas entidades, destacando o trabalho de António Torres, da CIMLT, de Nuno Canadas, do INIAV, do secretário de Estado Nuno Brito, e de Olga Moreira, diretora do Polo de Santarém do INIAV.

Para o presidente da Câmara, este projeto tem a maior importância não só para Santarém, mas também para o Ribatejo, para o país e até internacional. Ricardo Gonçalves batizou este Centro de Excelência para a Agricultura e a Agro-indústria como “Cidade do Agroalimentar”, aproveitando as enormes potencialidades existentes na antiga Estação Zootécnica Nacional, atual INIAV, que terá aqui a oportunidade de recuperar a importância que teve até há 20 anos.

Pedro Ribeiro, presidente da CIMLT e da Câmara de Almeirim, destacou o facto se ter conseguido unir eleitos de diferentes partidos, responsáveis de diversas instituições, com diferentes conceitos, em torno deste projeto de dimensão nacional e internacional. Realçou o facto de se tratar de um projeto virado para as necessidades das empresas e de permitir fazer o aproveitamento das condições já existentes na EZN.

António Torres, da CIMLT, sublinha que este projecto enquadra-se na estratégia Lezíria 2020 definida por um conjunto de 20 entidades representativas de todos os setores na região. «A Lezíria destaca-se a nível nacional pela competitividade no setor agrícola e agroindustrial e já existe aqui a Fonte Boa, com capacidade de investigação a nível do setor animal, que será agora ampliada para o setor agroindustrial, com o envolvimento das Universidades de Lisboa e Évora e do Instituto Politécnico de Santarém e a Associação empresarial Nersant.

João Lima anunciou os objetivos específicos deste Centro de Excelência para a Agricultura e a Agroindústria que, no prazo de cinco anos propõe-se a produzir e transferir conhecimento nas áreas dos recursos genéticos animais (melhoramento e conservação das raças autóctones animais nacionais); Produção de alimentos (valorização dos processos de produção vegetal e animal), Tecnologia, Qualidade e Segurança Alimentar (Melhoria da qualidade e segurança dos alimentos de origem vegetal e animal), Eficiência industrial (incluindo a energética).

O CEAAI funcionará para as empresas, de forma a refletir os respetivos interesses e prioridades, contribuindo para o aumento da competitividade do setor.

Esta estrutura pretende afirmar-se como uma referência na criação e divulgação de conhecimento, nos setores agrícola e agroindustrial, através da investigação e inovação com especial impacto na cadeia de valor; promoção de tecnologias inovadoras junto do setor empresarial; prospeção das necessidades das empresas; Dinamização de processos de formação; Transferência de tecnologia; Promoção do empreendedorismo e apoio à criação de empresas de base tecnológica.

O secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar Nuno Vieira de Brito agradeceu a recente atribuição pelo município à Estação Zootécnica Nacional da medalha de ouro da cidade, para concluir que este protocolo permitirá colocar novamente a Fonte Boa como uma referência internacional.

«Gostaria que daqui a dois ou três anos a Cidade Agroalimentar esteja aqui a funcionar em pleno», disse o secretário de Estado. Nuno Brito referiu que «a falta de investimento na ciência e na investigação ligadas à agricultura levou à degradação da EZN”. Embora reconhecendo o mérito de Mariano Gago no grande aumento do investimento no sistema científico nacional, o secretário de Estado considera que este investimento não foi feito em todos os setores, e deixou de fora as ciências ligadas á terra. Sublinha que tem sido feito um esforço de dotar o INIAV de novos laboratórios que até final deste ano permitirão ter capacidade para responder ás necessidades do país.

Ao investimento de 5,1 milhões de euros em laboratórios vai somar-se a contratação de mais 20 investigadores. 

Fonte: O Ribatejo

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