Chocolate vai ficar mais barato
A colheita da Costa do Marfim chegará este ano pela primeira vez a um recorde histórico de dois milhões de toneladas métricas.

Depois de anos de muita procura e preços elevados, a oferta de cacau começa agora a superar a procura e a ameaçar uma redução drástica nos preços do chocolate a nível mundial.
De acordo com a Bloomberg, a colheita da Costa do Marfim chegará este ano pela primeira vez a um recorde histórico de dois milhões de toneladas métricas, segundas as previsões de seis negociadores e exportadores de cacau.
Desta forma, cairá por terra o recorde anterior de 1,8 milhões de toneladas métricas registado em 2014/2014.
No passado, os anos de escassez da matéria prima e os preços elevados levaram os produtores de cacau a aumentar o seu investimento e o número de plantações.
A questão é que muitas dessas novas plantações estão agora a começar a produzir os primeiros frutos e a contribuir para um excesso de produção.
Além disso, as condições meteorológicas também ajudaram a compor o cenário de produção excessiva: muita chuva e menos ventos prejudiciais provenientes do deserto do Saara.
Como consequência, refere o El Economista, os cerca de 800 mil pequenos produtores de cacau da Costa do Marfim têm assim mais grãos do que nunca para vender nos mercados de matérias primas que abastecem a indústria mundial de chocolates e guloseimas.
Uma colheita tão abundante coloca imediatamente o risco de pressão sobre os preços e uma ameaça grave para a economia da Costa do Marfim, para a qual o cacau é a maior fonte de receitas ao nível da exportação.
Diz a Bloomberg que está previsto para este ano um superávite mundial de cacau na ordem das 300 mil toneladas, com os futuros da matéria-prima negociados em Londres a caírem já 30% no final do ano passado, desde que chegaram aos preços máximos dos últimos seis anos em julho de 2016.
Os valores mais elevados pagam a tonelada de cacau a um preço de 2.107 dólares. Os analistas acreditam que o mercado do cacau entrou assim num período de superávite estrutural, sendo de prever produção em excesso nos anos que se avizinham, muito por causa das novas plantações e também da aposta em novas variedades da planta do cacau, capazes de começar a produzir fruto no espaço recorde de 18 meses.
Fonte: Dinheiro Vivo