China elimina reserva estatal de milho e liberaliza os preços

A China, um país que por questões de segurança estratégica detém grandes reservas estatais de cereais, carne e outros alimentos básicos, anunciou esta semana, que acabará com a reserva de milho, liberalizando os preços daquele grão.

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A medida visa a melhoria da eficiência no setor e redução da diferença dos preços entre o mercado doméstico e internacional, que produziu um aumento das importações e entraves à comercialização da produção nacional.

Segundo a agência oficial chinesa Xinhua, que cita a Administração Estatal de Cereais, estão ainda previstos a concessão de subsídios aos produtores de milhos chineses e incentivos às empresas que comprem a produtores domésticos.

A reforma, que entrará em vigor em outubro deste ano, é considerada pelos analistas como a maior empreendida no setor de produção de cereais da China, e surge em linha com as medidas promovidas por Pequim visando a transição para um modelo económico assente no consumo.

No entanto, acarreta também riscos, nomeadamente uma queda abrupta dos preços, que resultaria na falta de incentivos para o cultivo e diminuição da oferta, alertam os especialistas.

Poderá também afetar alguns dos principais exportadores de cereais para a China, como os Estados Unidos da América ou a Austrália.

Estima-se que a reserva estatal de milho da China, criada há nove anos, ronde os 250 milhões de toneladas, uma cifra que supera o consumo anual do país (segundo maior consumidor mundial de milho).

A liberalização começará com a venda no mercado de 40 milhões de toneladas ainda este ano, destacou a Xinhua. Uma reforma semelhante afetou já as reservas estratégicas da China de produtos como o algodão, a soja ou a colza. 

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