Chile desenvolve embalagem inovadora para exportar mirtilos
Um grupo de investigadores chilenos desenvolveu embalagem que incorpora extratos ativos de tomilho e anis, inibindo o avanço do fungo Botrytis cinerea, que apodrece a fruta quando é transladada.
Estas embalagens podem ser usadas também em framboesas, morangos e uva de mesa.
As novas embalagens procuram reduzir as perdas de 100 milhões de dólares anuais que existem na indústria exportadora do Chile anualmente.
Com o objetivo de aumentar a vida útil dos mirtilos para exportação e melhorar a sua condição à chegada, a Fundación Chile e centros de investigação e universidades daquele país, desenvolveram embalagens inovadoras que contêm extratos ativos que contribuem para a manutenção da qualidade e conservação dos frutos.
As perdas por problemas devido à condição da fruta chegam aos 100 milhões de dólares anuais na indústria exportadora daquele país.
A exportação desta baga está em alta naquele país devido ao crescimento do mercado de consumo, especialmente na Ásia (+ 41%) no último ano, por isso, as associações chilenas de mirtilo consideram o desenvolvimento de novas embalagens fundamental para consolidar o posicionamento do produto nos mercados estrangeiros.
A embalagem tem incorporada uma "rede" de óleo de tomilho no interior que inibe o fungo responsável pelo apodrecimento dos mirtilos.
O desenvolvimento das embalagens focou-se na procura de extratos naturais com ação antifúngica para travar a deterioração da fruta enquanto é transportada.
«O principal inimigo dos mirtilos é o fungo Botrytis cinerea porque causa o seu apodrecimento. Por esta razão, fizemos testes com vários componentes naturais para combatê-lo, e selecionámos o óleo de tomilho e anis», explicou Verónica Larenas, diretora do projeto na Fundación Chile.
As duas soluções criadas para mitigar a deterioração do mirtilo são uma embalagem ativa e uma saqueta.
A embalagem ativa tem incorporada uma rede de óleo de tominho no interior que inibe o fungo que apodrece a fruta.
Para além disso, foi desenvolvida uma cápsula que contém pequenas "bolas" de óleo essencial de anis, que se introduzem no interior da embalagem e gera o mesmo efeito.
«Através da assessoria do Instituto do Plástico chileno (AIMPLAS), incorporam-se estes extratos comerciais voláteis em redes plásticas de PET para combater de forma ativa o fungo. A embalagem desempenha assim um papel ativo, deixando de ser apenas um simples recipiente ou uma barreira física entre o alimento e o exterior. Para isso, deve-se incorporar no sistema um agente ou um elemento ativo que desempenha um papel fundamental durante a vida útil do alimento», acrescentou a diretora da Fundação.
Graças a estes avanços, a tecnologia incorporada nas embalagens também poderá ser usada noutros pequenos frutos, dado que o mesmo fungo afeta também as framboesas, morangos e uvas de mesa.
Esta inovação poderá ajudar a melhorar o posicionamento da indústria fruteira chilena nos mercados dos Estados Unidos da América e Europa e facilitará a abertura para o mercado asiático.
Fonte: AGROTEC