Carne sintética pode ser uma promessa concretizada em uma década

Carne sintética e novas práticas agrícolas são as apostas de empresas de nanotecnologia.

Texto: Sofia Monteiro Cardoso

Manuel Fuertes, diretor da Kiatt, empresa de nanotecnologia - a tecnologia dos materiais e das estruturas em que a ordem de grandeza é medida em nanómetros - de origem espanhola, afirma, em declarações ao El País, que «em dez ou 15 anos serão geradas células para produzir super carne ou carne sintética de laboratório». O empresário já apoiou um projeto, no ano de 2013, em que foi produzido um biorreator celular que pode ser utilizado no setor da carne sintética.

Se muitos acreditam que tal poderá não ser a melhor opção para a saúde do ser humano, o empresário espanhol rejeita esta ideia, acreditando que não vão existir riscos maiores. «É muito raro que haja problemas porque os controlos de qualidade estão a tornar-se cada vez mais sérios e, em Espanha, são ainda mais rigorosos do que em países como o Reino Unido», defende Fuertes.

Além das inovações em relação ao setor da carne, a nanotecnologia permite também avanços significativos no meio agrícola. Obter a maior produtividade sem influenciar negativamente o meio ambiente é uma das ambições. Segundo o diretor da Kiatt, muitas empresas em cidades como Murcia e Almeria, já não praticam agricultura tradicional, apoiando-se nas novas tecnologias.

A nanotecnologia revela-se como uma das maiores promessas do século em que vivemos. Se as mudanças mais ambiciosas, como o tratamento de tumores através de pequenos robôs na corrente sanguínea ou da deteção de doenças a partir da respiração, ainda se encontram distantes, os desafios  para o futuro próximo passam, certamente, por mudanças no setor agroalimentar.

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