CAP considera os novos apoios insuficientes para o setor
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) considerou "insuficiente" a antecipação do pagamento de 85 milhões de euros de apoios da Política Agrícola Comum (PAC) na campanha 2020, defendendo que o setor "precisa de outras ajudas".
A ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, anunciou as novas medidas no passado sábado, entre as quais a transferência, de caráter excecional, de 85 milhões de euros do envelope financeiro 2021-27, a aplicar na campanha 2020, para ajudar os agricultores afetados pela pandemia. Em comunicado de imprensa, a CAP acredita que se trata de "uma notícia positiva", pois "permite trazer liquidez financeira ao setor".
"A agricultura, apesar de não ter parado durante o período de confinamento, foi e está muito penalizada pela pandemia e tem visto a suas atividades comercial e exportadora fortemente comprometidas, devido a condicionamentos e constrangimentos nos mercados internacionais", destacam.
Segundo a entidade, a antecipação de verbas do próximo envelope financeiro comunitário para o setor, que tem vindo a defender em sintonia com as suas congéneres europeias, "é uma medida necessária, mas não é suficiente. Sem prejuízo de outras medidas que a CAP tem vindo a apresentar à Comissão e ao Governo português, e de adicionais que possam vir a ser necessárias para enfrentar este momento de grande incerteza e imprevisibilidade, há outras ações que devem ser tomadas de forma concertada".
Entre as medidas defendidas pela confederação agrícola está a inclusão na proposta de orçamento retificativo, que em breve será discutida no Parlamento, de "medidas específicas de apoio aos agricultores e ao setor agrícola, ao nível financeiro e ao nível fiscal, por forma a assegurar que a agricultura não para e que o setor continua a produzir alimentos para os portugueses".
A CAP considera ainda necessário que a Comissão Europeia atue de forma "mais vigorosa" ao nível do mercado, "intervindo diretamente com compensações financeiras adicionais aos produtores para minimizar o efeito da quebra dos preços".
