Bragança quer ser a capital da castanha

O concelho de Bragança é o maior produto de castanha de Portugal o que levou o presidente da Câmara, Hernâni Dias, a reclamar o estatuo de capital daquela que é considerada o petróleo transmontano.

castanha

O autarca aproveitou a abertura da Feira Norcaça, Norpesca e Norcastanha, que promove até domingo os principais produtos da região, para evidenciar o peso de Bragança num setor que movimenta cerca de 100 milhões de euros por ano em Trás-os-Montes, sendo que a chamada Terra Fria concentra 80% das cerca de 40 mil toneladas de produção nacional de castanha.

«Nós não temos vindo a usar essa terminologia, mas se nós temos 50% da produção de castanha na Terra Fria Transmontana, temos as maiores áreas de produção, temos o maior número de produtores, as empresas que trabalham o setor, uma instituição de ensino superior que faz a componente de investigação, pergunto: o que é que nos falta para que possamos usar de facto este título?», questionou.

Hernâni Dias respondeu à pergunta com «não falta absolutamente anda, falta é dizermos às pessoas efetivamente as coisas que nós fazemos, que estão cá, que estão à vista, que devem ser promovidas dessa forma». «Bragança tem de assumir também esta responsabilidade que é intitular-se capital como tal: Capital da Castanha», enfatizou.

O autarca aproveitou a presença do secretário de Estado adjunto e do Ambiente, José Mendes, para pedir ao Governo medidas que impeçam uma das ameaças ao setor como a castanha de outros países, nomeadamente da China, que entra no território e é vendida como se fosse produzida na região.

«Isso tem inconvenientes do ponto de vista económico e da qualidade porque a nossa castanha é de uma excelente qualidade e quando há outra castanha que vem, para cá e depois é vendida como sendo de cá, se a qualidade for inferior prejudica obviamente os produtores locais», argumentou.

Um aquário do tamanho de um camião TIR, apresentado como o maior da Europa, é uma das atrações da feira anual de Bragança Norcaça, Norpesca e Norcastanha, para mostrar aos visitantes as espécies de peixe dos rios transmontanos, como a truta e achigã, com demonstrações de pesca para as crianças das escolas e pescadores.

O certame junta os diferentes agentes ligados aos setores em questão e contará com a presença de cerca de 100 expositores, tendo sido apontada pelo secretário de Estado José Mendes como exemplo a seguir por outras regiões. O propósito é ultrapassar os 20 mil visitantes das edições anteriores com um «forte investimentos em promoção» na vizinha Espanha.

A feira terá ainda outros atrativos como o Congresso Nacional dos Profissionais do “Carving”, que reúne sete escultores de abóboras, fruta e outros materiais, durante quatro dias, em Bragança.

Paralelamente, decorre, em 19 restaurantes da cidade, a semana gastronómica com ementas dedicadas à castanha, pesca e caça.

Fonte: Lusa  

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