Bolhão: o que vai mudar no principal mercado de frescos do Porto

As portas do emblemático Mercado do Bolhão só abrem em 2020, mas já é possível ver o que vai mudar. A obra tem assinatura da Lucios Engenharia e Construção e da ACA (Alberto Couto Alves, S.A.).

bolhao

A obra de restauro e modernização do mais antigo e tradicional mercado de frescos da Invicta, classificado como Monumento de Interesse Público desde 2013, fica apenas concluída no próximo ano, mas já é possível identificar algumas mudanças.

Mais de 100 homens estão a trabalhar em permanência no projeto, que se encontra num período de transição entre o reforço da estrutura e das fundações do edifício e a construção de um piso subterrâneo. Em conjunto, estas são as fases mais complexas e delicadas da obra, após a demolição total de todo o interior do mercado, entretanto já concluída.

De acordo com Filipe Azevedo, administrador da Lucios, «a estabilização do edifício, que se encontrava em risco, é agora uma das nossas principais preocupações. Trata-se de um processo complexo, que envolve a reconstrução de muitas das fundações originais. Temos ainda uma equipa de geólogos a acompanhar todo o processo, por forma a garantir que o edifício se vai manter estável e seguro».

Na prática, estão a ser aplicadas mais de 1220 micro estacas para reforço das fundações, através da perfuração do solo e injeção de cimento, perfis metálicos e varões de aço.

Após este processo, vai iniciar-se o rebaixamento do piso térreo, destinado à construção de um parque de estacionamento e áreas técnicas para uso exclusivo dos comerciantes. Nesta cave, que servirá também como zona de cargas e descargas, existirá uma zona para aprovisionamento de frescos e balneários para os funcionários.

A fase que se segue é dedicada à caixilharia, vidros e coberturas. Aqui, o maior objetivo é devolver a autenticidade primordial do Mercado do Bolhão, quer na estética como nos materiais e nos sistemas de produção dos mesmos. A reabilitação das infraestruturas que ainda se encontram em bom estado será uma prioridade, assegurando-se ainda a replicação rigorosa de tudo o resto, através da utilização de técnicas de produção antigas.

Todos os materiais estão a ser produzidos em Portugal, respeitando o modo de manufatura de antigamente.

As cúpulas, pela sua fragilidade, terão que ser intervencionadas de igual modo. Num primeiro momento, será feita a reabilitação da madeira das estruturas e, posteriormente, o forro e reforço das mesmas.

A cobertura fica completa com a colocação de xisto, um material que retoma à arquitetura inicial do mercado, e a introdução de uma nova estrutura feita em vidro e zinco, materiais mais modernos. No final, o espaço continuará a céu aberto.

A empreitada, que tem um custo superior a 22 milhões, promete ainda devolver o conforto e a segurança a comerciantes e visitantes, através da melhoria de redes de eletricidade e esgotos, sistemas de climatização e acessos, incluindo para pessoas com mobilidade reduzida e ligação direta ao Metro. 

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