Aumentar a produtividade e qualidade do tomate com os microrganismos do solo
Os microrganismos presentes no solo podem facilitar o acesso das plantas aos nutrientes, permitindo aumentar a sua produtividade.
Em estudos em ambiente controlado já se demonstrou como os organismos da rizosfera podem melhorar as características de frutos.
Num estudo realizado em Itália foi testado de que forma a inoculação de plantas de tomate com bactérias e micorrizas pode ter o mesmo efeito em condições de exploração comercial.
As bactérias promotoras do crescimento das plantas podem ter diferentes efeitos nas plantas, tanto fornecendo-lhes nutrientes como modificando as raízes de forma benéfica.
Os fungos do tipo micorrizas são capazes de criar simbioses e melhorar a absorção de fósforo e azoto.
Os efeitos benéficos destas simbioses na qualidade dos frutos e não só estão demonstrados em tomate, morangos, alfaces, alcachofras, manjericão e ainda em alhos em condições de campo.
Os investigadores testaram, numa exploração agrícola, os efeitos de três combinações de bioestimulantes em condições de baixa fertilização, na produtividade, dimensão dos frutos, qualidade nutricional dos frutos e características para a transformação.
As plantas foram inoculadas com duas estirpes de Pseudomonas e uma mistura de espécies de micorrizas.
Os ensaios consistiram na comparação de plantas controlo sem inoculação, plantas inoculadas com micorrizas, plantas inoculadas com micorrizas e cada uma das estirpes de pseudomonas e plantas inoculadas com micorrizas e ambas as estirpes de pseudomonas, contando-se assim quatro combinações de inóculos e um controlo, sujeitas a dois níveis de fertilização, 100% e 70%.
As sementes foram pré-germinadas e inoculadas e depois transplantadas para o campo após três semanas. Duas semanas após transplante foi de novo renovado o inóculo. O cultivo seguiu os procedimentos normais da produção de tomate na região.
Na altura da colheita, foram analisados os parâmetros produtivos de número de flores que deram fruto, número de frutos por planta, peso e percentagem de frutos não comercializáveis.
Foram também analisados os frutos para percentagem de água no fruto, peso seco, concentração de açúcares, ácidos orgânicos e vitaminas, pH, ácidos e carotenoides.
A inoculação revelou-se sempre benéfica, demonstrando a sua utilidade na redução drástica do uso de fertilizantes, mantendo ou até melhorando a produção de tomate e a sua qualidade.
Note-se que esta equipa tem outros estudos já realizados, que permitem generalizar os resultados a diferentes variedades de tomate.
No geral, concluem que a inoculação simultânea de fungos e bactérias é sempre superior nos resultados, variando as melhores estirpes consoante a variedade de tomate.
Concluem ainda que o mais importante efeito destes microrganismos está na produção de metabolitos secundários, que afectam positivamente o valor nutricional dos frutos.
Fonte: Núcleo Agri