APROLEP apela à tranquilidade, solidariedade e responsabilidade

Face à crise global causada pela pandemia do Covid-19, a APROLEP - Associação dos Produtores de Leite de Portugal, deixou uma mensagem de tranquilidade aos portugueses sobre o abastecimento de produtos lácteos.

A entidade começa por afirmar, em comunicado, que todas as informações que têm no momento indicam que "os agricultores, cooperativas, empresas transportes, transformação e distribuição estão a trabalhar normalmente, com as limitações naturais e todos os cuidados possíveis, não havendo motivo para os consumidores fazerem compras em excesso que dificultam o trabalho de reposição e acesso de todos à alimentação".

Neste contexto, a APROLEP afirma que a corrida às prateleiras de alimentação nos supermercados veio confirmar como é "importante manter vivo o setor agropecuário para garantir a segurança alimentar das populações".

"Apesar das dificuldades que temos sentido ao longo dos anos temos demonstrando resiliência e capacidade de responder aos desafios", realçam. "É fundamental que a sociedade e o poder político reconheçam a relevância do setor primário de forma permanente e não apenas em alturas de crise como a que vivemos. Sublinhamos ainda que a brutal redução da poluição a nível mundial após a paragem do tráfego aéreo, do trânsito urbano e de outras atividades económicas demonstrou de uma forma muito clara que não eram as vacas a causa dessa poluição".

Contudo, as alterações da vida quotidiana impostas para a contenção da pandemia provocaram alterações de consumo e novos problemas que urge enfrentar.

No setor do leite de vaca a APROLEP registou dificuldades pontuais de algumas queijarias que não tem escoamento para os seus produtos, porque o seu mercado era a restauração e estão com dificuldade para comprar aos produtores o leite produzido, havendo propostas para redução drástica do preço em 30%. Sobre os produtores de leite de cabra e ovelha, numa situação mais dramática, estes foram obrigados a deitar fora os tanques de leite produzido.

"No imediato, perante esta situação excecional, apelamos a uma solidariedade excecional entre transportadores e indústrias para que não se percam os produtos agrícolas produzidos e apelamos aos consumidores para que, dentro do possível, comprem os produtos lácteos que costumavam consumir nos restaurantes, para mantermos o meio rural vivo e a produzir", pedem, realçando ainda que as cabras, ovelhas e agricultura à volta das aldeias são a primeira proteção para evitar os incêndios florestais.

A APROLEP afirma ainda que a União Europeia tem a "responsabilidade de manter viva uma agricultura de proximidade aos consumidores, para manter o abastecimento das populações com segurança alimentar". 

A crise económica antecipada preocupa a organização, que acredita ser provável que em diferentes locais da Europa surjam dificuldades na transformação e comércio de produtos lácteos. "Nesse contexto deve-se evitar a repetição dos erros dos últimos dez anos, podendo ser necessário conter a produção para que países excedentários de leite não inundem os mercados de países como Portugal, que têm uma produção ajustada ao consumo. Isso deve ser feito de forma organizada e rápida a nível europeu", defendendo que medidas devem ser tomadas no âmbito da PAC.

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