ANP|WWF e Vinhos do Alentejo elevam patamar da sustentabilidade

A ANP|WWF, a Universidade de Évora e a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) apresentaram esta semana o PSVA2.0, a nova versão do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo, uma versão melhorada do programa que pretende continuar a colocar esta região vitivinícola na dianteira das práticas sustentáveis.

O objetivo é que os produtores aderentes ao PSVA – que representam já 58% da área total de vinha do Alentejo – possam, através da utilização mais responsável dos recursos necessários à cultura das vinhas, tornar a produção mais resiliente e adaptada às condições naturais, no fundo, “manter o Alentejo tal como o conhecemos e, independentemente do passar dos anos, garantir que os vinhos têm a mesma qualidade, sem comprometer o ambiente e respondendo da melhor forma possível às crescentes pressões derivadas das alterações climáticas”, afirma João Barroso, coordenador do programa de sustentabilidade.

Com a parceria com a ANPlWWF, os Vinhos do Alentejo aumentaram o nível de exigência e credibilidade que pauta o PSVA desde o início e vão dar aos produtores certificados um período de transição de dois anos para se adaptarem às melhorias agora encetadas.  Para o Coordenador de Alimentação da ANPlWWF, Tiago Luís, “este é um projeto singular e mostra que os produtores estão empenhados em melhorar as suas práticas ambientais, beneficiando a sua região e as suas pessoas, mas também o próprio país, destacando-se das restantes iniciativas e conseguindo um fator de diferenciação importantíssimo para o reconhecimento internacional dos Vinhos do Alentejo.”

Recorde-se que o protocolo com a ANP|WWF foi assinado em outubro de 2022 e é considerada pelas partes integrantes como “inédito pela cooperação tão profícua entre uma ONG e o setor agrícola”.

A revisão do PSVA foi feita sob um olhar atento para vertentes como a biodiversidade, pesticidas, clima e água e a nova versão passa agora a incluir dois novos capítulos, perfazendo um total de 20. Acrescentou-se uma secção destinada à “Resiliência e adaptação às alterações climáticas”, na qual se podem encontrar variáveis como medidas de adaptação e mitigação às mudanças climáticas, ou a avaliação da necessidade de água ou a pegada de carbono; e incluiu-se um capítulo sobre “Economia Circular”, onde se destacam questões relacionadas com materiais e equipamentos ou com subprodutos e resíduos de vinificação.

Apesar de mantidos os 171 critérios de avaliação, 74% foram melhorados e foram incluídos 29 novos itens, dando-se destaque a variáveis como o uso de castas mais resilientes e de diversidade genética; a eficiência dos fatores de produção (como por exemplo, água e eletricidade); a promoção do consumo responsável de vinhos junto dos consumidores; a equidade salarial entre géneros; ou, ainda, o contributo para a inserção social de pessoas com deficiência.

Esta evolução é ainda mais significativa quando, volvidos três anos após o lançamento do primeiro selo de produção sustentável do país, já se contam 20 produtores a ostentar a certificação, dando assim aos consumidores a garantia de que aqueles vinhos cumprem com boas práticas de poupança de recursos, promovem a biodiversidade, utilizam energias renováveis, protegem solos ou fomentam iniciativas que envolvem toda a comunidade na adoção de comportamentos sustentáveis.

O PSVA, lançado em 2015, está em constante evolução e conta com a participação ativa da Universidade de Évora desde a sua criação. O programa integra já 639 membros, sendo um fator de diferenciação dos Vinhos do Alentejo, tanto para o mercado interno, uma vez que a região é pioneira no caminho para a sustentabilidade, como ao nível internacional, onde as práticas sustentáveis são cada vez mais valorizadas por mercados como os Estados Unidos, Canadá, Suécia, Noruega e Finlândia, destinos onde os consumidores estão mais atentos e despertos para o modo como os vinhos são produzidos.

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