Angola vai ter ‘banco’ do Estado para fomentar agricultura

O Governo angolano vai reativar, após reestruturação, o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA), pretendendo que seja uma espécie de banco para dinamizar a agricultura, um dos setores prioritários para diversificação da economia nacional.

O assunto, esclareceu fonte governamental, foi já debatido na reunião ordinária conjunta das comissões Económica e para a Economia Real do conselho de ministros, realizada a 6 de outubro em Luanda, sob orientação do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

Aquelas comissões aprovaram o memorando sobre os trabalhos da comissão de reestruturação e gestão do FADA, já concluídos.

«Doravante, o FADA funcionará como instituição financeira especializada destinada a apoiar a política de fomento agrário, sob a tutela do Ministério das Finanças», esclarece uma nota do secretariado do conselho de ministros.

Recorde-se que o Presidente angolano autorizou, em fevereiro, a emissão de mais de 2,5 mil milhões de kwanzas (13,5 milhões de euros) em Obrigações do Tesouro em Moeda Nacional, à taxa de juro de 5% ao ano, expressamente para capitalizar o FADA.

O decreto esclarecia apenas que esta emissão, cujo prazo de reembolso é de 24 anos, visa o «aumento de capital» do FADA, para potenciar os rácios prudenciais do fundo e assim garantir a «expansão das suas atividades».Angola vive uma profunda crise económica, financeira e cambial decorrente da quebra para metade, em 2015, das receitas com a exportação de petróleo.

O Governo angolano lançou em janeiro deste ano um programa que visa dinamizar a produção nacional e diversificação além do petróleo, para travar as importações e aumentar as exportações, gerando outras fontes de divisas, sendo a agricultura a principal aposta.

Mais de dois milhões de famílias angolanas vivem da agricultura, setor que emprega no país 2,4 milhões de pessoas e que conta com 13.000 explorações empresariais, segundo dados governamentais.

A revisão do Orçamento Geral do Estado de 2016, aprovada em setembro devido à quebra nas receitas petrolíferas, prevê que a agricultura nacional contribua com um peso de 6,7% para o aumento do Produto Interno Bruto angolano este ano.

O documento de suporte ao Orçamento refere que o atual nível tecnológico da agricultura nacional e a «grande contribuição» da agricultura familiar torna o setor «muito dependente das oscilações climáticas» e da distribuição de sementes, utensílios de produção e fertilizantes, difíceis de obter no exterior devido à crise cambial. 

Fonte: Lusa

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