Alvarinho: publicada Portaria que alarga utilização da casta
Foi esta semana publicada a Portaria (n.º 152/2015 de 26 de maio) que alarga a utilização da casta Alvarinho na rotulagem dos produtos da região do Vinho Verde.
De acordo com um comunicado enviado às redações do Gabinete do Secretário de Estado da Agricultura, recorda-se que, «até agora os produtores de vinho da Denominação de Origem Vinho Verde só podiam mencionar a casta Alvarinho no rótulo apenas nos vinhos obtidos na região de Monção e Melgaço».
Todas as outras regiões dos Vinhos Verdes estavam impedidas de mencionar a casta Alvarinho.
Enquanto a região dos Vinhos Verdes tinha esta regra, «já no resto do país e no mundo as regiões vitivinícolas tinham decidido o contrário, permitindo que a casta Alvarinho fosse mencionada no rótulo».
« A região dos Vinhos Verdes reabriu por isso a discussão sobre o fim desta interdição para potenciar a produção e comercialização do Alvarinho em toda a região e com isso reforçar a ligação da casta à região dos Vinhos Verdes, que de outro modo continuaria a ser apropriada por terceiros», lê-se na nota.
A secretaria de Estado lembra que esta decisão decorre da iniciativa da própria região, c«omo resultado do diálogo interprofissional em 13 de Janeiro de 2015, em Arcos de Valdevez, o qual foi devidamente ratificado por unanimidade pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV)».
De modo a permitir aos produtores a adaptação às novas regras de forma previsível e «sem ruturas abruptas, prevê-se um período de transição para adaptação a este novo regime de alargamento, findo o qual o quadro legal relativo às regras de produção e comércio da Denominação de Origem Vinho Verde é aplicável a todos os produtores da região».
José Diogo Albuquerque, secretário de Estado da Agricultura, felicita, deste modo, «a região dos vinhos verdes por terem conseguido chegar a este acordo que agora se verte em legislação».
«A discussão na região e o trabalho feito permitiu evoluir da proposta inicial para um acordo final, mais progressivo, justo e exigente. Progressivo, pois prevê uma aplicação faseada no tempo, com abertura gradual, garantindo estabilidade nas regras e previsibilidade nas mudanças. Justo, pois reconhece todo o trabalho desenvolvido pelos produtores de Monção e de Melgaço, permitindo uma notoriedade particular a estas sub-regiões. E exigente, pois prevê regras exigentes ao nível da qualidade, garantindo que o Alvarinho será sempre um vinho topo de gama», acrescenta o governante.
Além da legislação, realça José Diogo Albuquerque, «o acordo interprofissional prevê uma verba de três milhões de euros para promoção específica do Alvarinho em Monção e Melgaço».
«Importa salientar que a palavra foi dada, em primeira mão, a quem vive da uva e do vinho, com vista a um debate consciente dos assuntos, garantindo as melhores soluções. Foram feitos todos os esforços necessários, comprovando que o resultado atesta a eficácia do método de trabalho em articulação com o setor. A partir de agora temos condições para que o Alvarinho seja potenciado e conhecido no mundo como uma casta de Portugal, da região dos vinhos verdes, com o seu berço em Monção e Melgaço, e não doutros lugares», conclui o secretário de Estado.
Este alargamento da produção de Alvarinho a todos os concelhos da região dos Vinhos Verdes é positivo, porque garante a qualidade do Vinho Alvarinho, protege a designação Monção e Melgaço através de uma menção especial na rotulagem para estas sub-regiões e de verbas para a promoção, e por fim permite uma valorização do território potenciando as vendas e dando mais escala ao Alvarinho, tornando-o mais competitivo nacional e internacionalmente, pois pode aproveitar a atual dinâmica exportadora dos Vinhos Verdes. Associar o Alvarinho aos Vinhos Verdes é o caminho para o sucesso e demonstra que Portugal tem uma posição ofensiva em termos de mercado, além de que existirá sempre a ligação a Monção e Melgaço como sendo o berço da origem do Alvarinho.
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