Alqueva com perspetivas futuras «excecionais», diz PR

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que as perspetivas de futuro do Alqueva são «excecionais», mas lamentou que o processo de construção da barragem alentejana tenha sido «tão lento».

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«É uma alteração radical do Alentejo» e, «aliás, quando olhamos para trás, o que há a lamentar é ter sido tão lento o processo. Começa a ser concebido no começo dos anos 70, depois tem uma interrupção, acelera rapidamente nos últimos 20 anos, mas de facto, as perspetivas, agora, de futuro, são excecionais», afirmou.

A opinião do chefe de Estado foi transmitida no decorrer de uma conversa com o presidente da empresa gestora do Alqueva, José Pedro Salema, numa paragem da comitiva presidencial no paredão da barragem, entre Portel (distrito de Évora) e Moura (distrito de Beja).

Ao questionar o presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA) sobre se não há um interesse crescente de investidores no Alqueva, numa altura em que está «passada a crise», Marcelo mostrou-se agradado com a resposta afirmativa.

«Temos visitas todas as semanas de grupos de investidores estrangeiros à procura de terras», respondeu José Pedro Salema, exemplificando que os interessados chegam de destinos tão longínquos, como a China ou os Estados Unidos.

Observando a barragem e a paisagem, Marcelo disse que «há ainda muita terra disponível» na zona do Alqueva e que ele próprio conhece investidores interessados.

José Pedro Salema informou ainda que, segundo um estudo recente, o projeto de Alqueva, em velocidade de cruzeiro, «vale 500 milhões de euros por ano» e convidou o Presidente da República a «visitar demoradamente» um dia o empreendimento, ao que Marcelo acedeu.

Após 21 anos de obras e 14 desde o início do enchimento da albufeira, no projeto Alqueva, considerado estruturante para o Alentejo, já foram investidos 2.350 milhões de euros do investimento total previsto de cerca de 2.500 milhões de euros, distribuído pelas valências agrícola, hidroelétrica e de abastecimento público. Na atual campanha de rega, o Alqueva chegará aos 120 mil hectares de regadio, o total previsto no sistema global de rega do projeto.

Em estudo está a possibilidade de aumentar a área de regadio em cerca de 45 mil hectares e estão a ser desenvolvidos os projetos de execução e os estudos de impacte ambiental de algumas áreas limítrofes.

Segundo a empresa do Alqueva, a «reserva estratégica de água» criada pelo projeto é «capaz de suprir todas as necessidades de água» da área de 120 mil hectares servida pelo regadio e de abastecimento público de 13 concelhos «durante quatro anos consecutivos de seca extrema e sem restrições».

A albufeira de Alqueva, localizada no «coração» do Alentejo, no rio Guadiana, começou a encher a 8 de fevereiro de 2002 e já atingiu duas vezes o nível pleno de armazenamento. A conclusão do projeto, inicialmente prevista para 2025, foi antecipada para a atual campanha de rega.

Fonte: Lusa

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