Alentejo: um olival que resiste

Num ano em que Portugal e Espanha foram severamente afetados pela seca, o setor do olival no Alentejo conseguiu resistir, tendo algumas casas agrícolas registado mesmo melhorias de produtividade.

olival

Resultados alcançados, não só devido aos fortes investimentos privados realizados na última década em estruturas de rega (e suportados pelo fornecimento de água da barragem do Alqueva na década anterior), mas também pela pressão da procura de azeite nos mercados internacionais que suportou uma subida do preço do azeite.

Situada no Alentejo, a Herdade Maria da Guarda alcança este ano novo recorde com uma produção de 2,01 milhões de quilos de azeite, voltando a posicionar-se como um dos maiores produtores portugueses.

Beneficiada pelos canais de distribuição de água da Barragem do Alqueva e pelo tipo de olival em sebe que aumentou e está plantado ao longo de 2000 km de mangueiras de rega gota-a-gota nos seus terrenos, a Herdade de Maria da Guarda conseguiu obter melhorias de eficiência na presente campanha. A produção é totalmente dedicada à exportação, cenário em que a Itália absorve a maior parte da produção, país que é o maior exportador de azeite embalado do mundo mas tem registado sucessivas quebras de produção própria. Os grandes embaladores italianos têm cada vez mais vindo procurar em Portugal azeite de qualidade superior. Portugal é o país do mundo onde a percentagem de azeite de qualidade produzido é mais elevado.

Para João Cortez de Lobão, acionista da Casa Agrícola Cortez Lobão, «num ano em que muitos setores da agricultura foram fortemente afetados pela seca, conseguimos ter uma colheita muito boa e aumentar novamente a produção de azeite na Herdade Maria da Guarda. Voltamos a focar-nos na exportação e notamos uma maior procura internacional, que reconhece a qualidade do nosso azeite e que não consegue produzir em quantidade suficiente».

O negócio do azeite embalado tem neste momento uma margem muito apertada, mas que beneficia sobretudo com os canais de distribuição italianos espalhados pelo mundo.

«A Olivum, de que a Herdade Maria da Guarda faz parte, deverá ter registado entre os seus associados um valor recorde superior a 250 milhões de euros de produção na presente campanha», afirma Cortez de Lobão, que adianta ainda que «este é claramente um setor em crescimento que contribui fortemente para a produção agrícola nacional e consegue atrair novos talentos para o setor e criar mais emprego na região».

5 milhões para beneficiar produtividade

Para a presente campanha, a Herdade Maria da Guarda efetuou novo ciclo de investimento num valor a rondar os 5 milhões de euros, consubstanciados na aquisição de mais terrenos na região; na plantação de mais 120 mil oliveiras – aumentando o olival para 1,3 milhões de oliveiras –; na aquisição de uma máquina “apanhadora cavalgante” e de dois novos tratores, para além da contratação de novos colaboradores.

Este novo investimento «vai-nos permitir aumentar o olival, beneficiar diretamente a produtividade e a rapidez com que apanhamos a azeitona e a transportamos para o lagar, preservando a qualidade da azeitona, e aumentar a eficiência da capacidade instalação do nosso lagar», conclui João Cortez de Lobão.

Também conhecido por “ouro líquido”, o azeite é um dos produtos com mais qualidade produzidos em Portugal e a Herdade Maria da Guarda, pela sua dimensão, volta a ser responsável por cerca de 2% da produção nacional, reforçando assim a sua posição enquanto empresa portuguesa independente, das maiores e mais eficientes na produção de azeite. Em conjunto com o seu lagar, o olival produz 100% de azeite virgem extra, de qualidade superior e com acidez entre 0,2 e 0,5%.

A Herdade Maria da Guarda contribui também para uma pegada ecológica positiva. As 1,3 milhões de oliveiras da Herdade Maria da Guarda produzem anualmente oito toneladas de oxigénio para o país. Cada duas oliveiras, por exemplo, limpam da atmosfera a poluição anual de um automóvel.

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