Agricultura atraiu €10 mil milhões em cinco anos

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Nos últimos cinco anos foram investidos €10 mil milhões no setor agrícola e agroindustrial.

Só ao abrigo do antigo Proder (Programa de Desenvolvimento Rural), que terminou em 2014, o investimento acumulado ascendeu a €5,8 mil milhões, dos quais €3 mil milhões em subsídios. O restante foi investimento privado.

Os dados do Ministério da Agricultura atestam ainda que, só da parte de jovens agricultores, foram investidos mais de €1000 milhões, dos quais €627 milhões alavancados por apoios europeus.

Em média, desde 2010, foram aplicados €500 milhões por ano em projetos agrícolas e €1500 milhões/ano em explorações agroindustriais.

As áreas da floresta e do regadio estiveram entre as mais concorridas para novos investimentos, com €642 milhões e €628 milhões, respetivamente, só ao abrigo do Proder.

São números nunca vistos nesta área de atividade em Portugal e que colocaram o sector a crescer em contraciclo com o resto da economia, nomeadamente nos anos 2011 a 2013, no pico da crise. Enquanto a economia no seu todo passava por uma recessão profunda (a cair 3,2% em 2012), a agricultura registava crescimentos da ordem dos 2,8% ao ano.

Foi também durante esses anos mais críticos que, em cada empresa que fechava, abriam outras sete no sector. No país inteiro batiam-se recordes de desemprego, mas nos campos havia (e continua a haver) falta de mão-de-obra.

Muitos empresários agrícolas recorreram a ainda recorrem a mão-de-obra importada não apenas dos países do Leste europeu mas também da Ásia, com a Tailândia e o Paquistão à cabeça.

Nos últimos quatro anos, o défice alimentar caiu à razão de €400 a €600 milhões por ano. A taxa de cobertura das importações pelas exportações relativa ao período de janeiro-agosto deste ano, para os produtos agroalimentares, bebidas e tabaco, passou de 62,5% (em 2014) para 64,5% (em 2015).

As exportações agroalimentares aumentaram 7,2% entre janeiro e setembro deste ano, de acordo com a secretaria de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar (SEAIA).

Isto num contexto de fecho dos mercados russo e também angolano, embora por motivos diversos. O primeiro devido ao embargo à compra de produtos europeus e o segundo devido à crise económica provocada pela quebra do preço do petróleo nos mercados internacionais. As exportações portuguesas para Angola caíram 28,9% durante os primeiros 10 meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2014.

Outro constrangimento mais recente às exportações alimentares nacionais tem a ver com o Brasil, também envolto em crise económica e social. Muitas das empresas portuguesas que vendem para aquele país estão a receber tardiamente os pagamentos pelos produtos exportados ou, em alguns casos, nem sequer recebem.

Nuno Vieira e Brito, que geriu a ‘pasta’ do agroalimentar deste o início de 2013, garante que, apesar de tudo, a tendência de crescimento foi reforçada em setembro, com Portugal a exportar €560 milhões (um aumento de 20% face ao mês anterior), e espera que as vendas ao exterior voltem a ultrapassar os €6 mil milhões em 2015, como, de resto, aconteceu no ano passado.

Dados da SEAIA indicam ainda que, nos últimos anos, Portugal abriu mais de 80 mercados à exportação de 222 produtos ou grupos de produtos.

A carne, a fruta e os produtos hortícolas foram os que mais cresceram face a setembro de 2014 (30%), seguindo-se os produtos da pesca (17%) e alimentares (5%).

O mercado europeu continua a ser o principal motor deste crescimento, destino de €3,2 mil milhões nos primeiros nove meses do ano, com França e Alemanha à cabeça, para onde as vendas cresceram 30% e 41,5% respetivamente.

Para fora do espaço comunitário foram exportados €1,2 mil milhões nos primeiros nove meses de 2015, com os mercados da América Latina a liderar.

Fonte: Expresso 

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Agroalimentar português: que futuro?

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