Açores: pastagens diferenciam leite produzido no arquipélago

Os bovinos nos Açores pastoreiam ao ar livre e em comunidade, alimentam-se à base de erva fresca durante todo ao ano e gozam de uma deslumbrante panorâmica com vista para o mar.

pastagens

«Em todo o mundo só há dois ou três locais com estas características», sublinha Cátia Dias, gestora marca Terra Nostra, para explicar que, por esse mundo fora, a grande maioria destes animais vive fechado em estábulos e alimenta-se à base de ração.

A marca comercializada pela Bel Portugal decidiu tirar partido das condições únicas do arquipélago para a produção de leite e lançou o “Programa Vacas Felizes” no início do ano passado.

«Uma vaca mais nutrida e com menos stress é mais feliz e dá leite mais puro e saudável», explica a gestora da marca embaixadora do arquipélago.

O programa de certificação de leite proveniente da raça Holstein assenta em cinco pilares – pastagem, bem-estar animal, qualidade e segurança alimentar, produção sustentável e eficiência – e para fazer parte deste os produtores devem garantir um conjunto de requisitos e boas práticas.

Além de nascer da vontade de criar valor na categoria de laticínios, o programa promove o bem-estar dos animais, impulsiona a economia da ilha, olha para o futuro das gerações vindouras e preserva os recursos naturais do arquipélago.

A Terra Nostra certificou até ao final do ano passado 18 produtores «de leite de vacas felizes» (cumprem pelo menos 90% das boas práticas e 100% dos requisitos) que representam cerca de 15 milhões de litros de leite.

«Os produtores têm de fazer um investimento médio de €20 mil euros para alcançar a certificação» e recebem em média mais €01, 20 por cada litro.

O leite proveniente de vacas felizes ainda não é separado das restantes recolhas. «Quando o número de produtores se justificar vamos ter um tanque só para o leite certificado».

A empresa trabalha com 500 produtores açorianos, que representam cerca de 400 explorações, em média, com 80 vacas cada.

A marca Terra Nostra alcançou em 2014 um volume de negócios de 40 milhões de euros.

Com mais de 60 anos, a marca que começou por vender queijo é hoje uma marca de laticínios que exporta para 12 países, entre os quais Angola, Moçambique, Cabo Verde, Venezuela, Canadá, França e Alemanha.

Fonte: Hipersuper 

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