A Rede de Inovação da Agenda de Inovação da Agricultura 20|30

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, estiveram presentes, esta terça-feira, dia 22 de setembro, na apresentação da Rede de Inovação da Agenda de Inovação da Agricultura 20|30. A realizar a apresentação esteve Nuno Canada, presidente do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV). 

Terra Futura

Esta iniciativa contou, ainda, com as presenças do Secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Nuno Russo, e o Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, e decorreu no Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão, em Nelas.

A Rede de Inovação, surgida no âmbito da Agenda de Inovação da Agricultura 20|30, "Terra Futura", tem como objetivo primordial «organizar a rede de infraestruturas do Ministério da Agricultura, modernizando-as e orientado-as para os desafios que são hoje identificados pelo setor», afirmou o presidente do INIAV durante o início da sua apresentação. 

A Rede de Inovação é constituída por estações experimentais, laboratórios, estruturas piloto e centros de conservação e valorização dos recursos genéticos nacionais, tendo uma grande dimensão territorial, cobrindo todo o território nacional. 

Rede de Inovação Terra Futura

Segundo Nuno Canada, «muitas das infraestruturas estão obsoletas, degradadas, não têm os recursos adequados para o desenvolvimento da atividade nem orientação estratégica clara sobre as atividades fundamentais para a fileira agroalimentar e desenvolvimento sustentável do território».

Como tal, será desenvolvido um conjunto de atividades que foram indentificadas como essenciais, encontrando-se estas divididas em quatro grandes grupos:

  • Investigação e Inovação;

  • Formação - Capacitação de pessoas e organizações e transferência de conhecimento e tecnologia;

  • Promoção do empreendedorismo de base rural;

  • Conservação e valorização dos recursos endógenos e da produção nacional.

Para dar resposta a estes desafios, foram identificados 24 pólos, os denominados pólos de formação, que «irão trabalhar em rede e de forma complementar».

A Rede de Inovação desenvolve-se em diferentes dimensões. No âmbito da valorização dos recursos nacionais, foram identificadas oito grandes cadeias de valor em que serão desenvolvidas atividades, nomeadamente no âmbiton da fruticultura; vinha e vinho; olival e azeite; horticultura; cereais; leguminosas; produção animal e pastagens e forragens. Em simultâneo, vão existir iniciativas transvessais a todas as cadeias de valor, como no caso da agricultura inteligente e da adaptação às alterações climáticas. 

Rede de Inovação Terra Futura 2030

Para explicar como se irá desenvolver a atividade propriamente dita, Nuno Canada deu o exemplo da investigação na fruticultura. «Vamos ter seis pólos dedicados à fruticultura. Não temos só um porque Portugal tem condições edafoclimáticas muito distintas ao longo do território e, para conseguirmos responder às necessidades de todos os agricultores, independentemente de serem pequenos ou grandes agricultores, temos que ter centros de inovação dispersos por todo o território para conseguirmos desenvolver atividade que seja diretamente para a economia real e agricultura», explicou. O presidente do INIAV falou ainda da iniciativa Uma Só Saúde, que será transversal a todas as fileiras na área das doenças das plantas. 

Na viticultura serão quatro centros de inovação, com as especificidades das regiões. Aqui também existirá uma iniciativa transversal focada na viticultura de precisão. No âmbito do olival, os pólos estarão focados no olival tradicional, olival intensivo e super intensivo. Nos cereais existirá também uma divisão entre culturas, tal como acontece no âmbito da fruticultura. O milho terá um pólo de inovação único, controlado pelo InovMilho. As leguminosas também recebem uma grande importância devido à necessidade de aumentarmos as respetivas na nossa alimentação. 

A Rede de Inovação vai promover as dinâmicas locais e regionais relacionadas com a agricultura e áreas conexas, favorecendo a fixação de pessoas em territórios de baixa densidade, a valorização dos recursos endógenos e da produção nacional e do desenvolvimento integrado.

Tem por objetivo, ainda, aumentar a eficácia, a eficiência e o impacto das infraestruturas científicas e tecnológicas do Ministério da Agricultura, mas modernizando as que integram a Rede, maximizando sinergias e complementaridades com outras estruturas do ecossistema de inovação (Institutos Politécnicos, Universidades, Laboratórios Colaborativos, Centros de Competências, empresas com atividades de investigação e desenvolvimento).

Esta Rede de Inovação procura desenvolver um conjunto de grandes iniciativas emblemáticas transversais, desde os “Territórios Sustentáveis”, a “Revitalização das zonas rurais”, a “Mitigação” e a “Agricultura Circular”, a “Adaptação às alterações climáticas”, a “Alimentação Sustentável”, (com a promoção da dieta mediterrânica), a “Agricultura 4.0”, “Uma só saúde” e a “Transição Agro Energética”.

Após a apresentação de Nuno Canada, seguiram-se as intervenções de João Sobrinho, Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que destacou a importância da iniciativa para o desenvolvimento do conhecimento científico, e da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que refere que a Agenda "Terra Futura" é a «nossa oportunidade de aproximar a agricultura dos mais jovens», ideia defendida pela ministra da Agricultura desde a sua apresentação.

Seguiu-se a intervenção da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, que começou por referir que «esta é a Agenda para conseguirmos desenvolver o nosso país como um todo». 

«O trabalho começa agora. O mais fácil está feito até aqui. Este não é o anúncio de algo, é o começo de uma forma de trabalhar, que junta atores do território para podermos colocar em prática as políticas públicas», afirmou. «É na junção de áreas governativas que queremos levar por diante a implementação desta Agenda, de elevada importância para o nosso futuro coletivo».

«Quando alguns acham que a agricultura é incompatível com a sustentabilidade (...) esta Agenda quer provar o contrário. Nós não queremos ficar reféns daquilo que são estereótipos de desenvolvimento da atualidade», defendeu Maria do Céu Antunes. «Por isso, aquilo que quisemos fazer foi, em primeiro lugar, perceber, do ponto de vista dos objetivos do Governo, quais os objetivos que temos pela frente e comprometermos-nos todos com a sua execução», referiu, apontando o combate às alterações climáticas e a transição digital como pontos fulcrais. 

A ministra da Agricultura voltou a apresentar a Agenda de Inovação da Agricultura 20|30, Terra Futura, destacando que, em relação à Rede de Inovação, o que é pretendido passa por «ajudar a realizar uma transformação, no conjunto de estruturas dispersas pelo território, que queremos que respondam de forma consolidada, coerente, moderna e orientada para as necessidades do setor. Depois, queremos que este ecossistema nacional de inovação e investigação possa ser visto como instrumento de proximidade, pois vai responder, em primeiro lugar, às questões locais e regionais, mas com uma abrangência naciona e, quem sabe, até internacionall».

Pode assistir à apresentação no vídeo abaixo.

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