A evolução da produção da amêndoa em Portugal

O início da colheita da amêndoa veio confirmar as previsões de aumentos significativos na produção, estimando-se que possa alcançar as 34 mil toneladas, um valor 55% superior face ao período homólogo.

Texto: Sofia Cardoso

No II Simpósio Nacional dos Frutos Secos, este crescimento foi uma das temáticas abordadas pelos especialistas. Vários produtores de amendoal se mostraram comprometidos com o setor.

Durante o Simpósio, foi apresentado um trabalho de Sandra M. Teixeira e Ana Lobo Santos, ambas do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos (CNCFS), sobre o panorama nacional do amendoal. Segundo as investigadoras, a amendoeira possui uma grande importância económica, ambiental, cultural e social em Portugal. Relativamente à parte económica, é imprescindível realçar a importância dos frutos secos para a região da Terra Quente Transmontana, onde muitos produtores e outros dependem do setor.

O consumo nacional de amêndoa tem acompanhado o crescimento que se regista a nível mundial. As autoras realçam que tal se relaciona com a tomada de consciência da importância de estilos de vida mais saudáveis. Para responder a este desejo do consumidor, a produção de amêndoa não tinha outro caminho se não o da evolução.

Entre 2009 e 2017, Portugal registou um aumento de 27% da área de produção de amêndoa, focando-se o crescimento mais exponencial na área do Alentejo e na produção realizada em regadio. Nessa fase, a produção em si aumentou cerca de 9%. As novas plantações, realizadas na última década, nomeadamente em zonas sem tradição da cultura, como o Alentejo, têm sido essenciais para o crescimento do setor.

A produção de amêndoa tem vindo a aumentar e é previsto que duplique numa década. Este novo incremento resulta também da entrada em produção dos amendoais instalados, nos últimos três a quatro anos, e da aproximação da produção cruzeiro dos plantados, há seis a sete anos. Com as novas plantações, que vão começar a dar fruto dentro de dois ou três anos, a produção nacional irá duplicar para 40 mil toneladas.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), as variedades, compassos e intervenções agronómicas realizadas nos pomares novos permitiram também alcançar produtividades muito superiores às observadas nos tradicionais.

As opções por regadio têm-se revelado mais rentáveis. Nos pomares tradicionais de sequeiro, mais sujeitos a condições climatéricas adversas, a falta de humidade do solo tem conduzido a situações de miolo de menor calibre e, não raras vezes, já seco e sem valor comercial.

Os produtores de amêndoa nacionais começam a compreender a situação que se vive face à amêndoa. É essencial compreender a sua visão sobre o tópico.

Continua

Nota: Artigo publicado originalmente na Agrotec 33

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