Vitivinícola da Bairrada lança campanha de incentivo para “setor em desaceleração”

A Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) lançou uma campanha de incentivo «ao setor do vinho», numa altura em que o mercado apresenta «sinais preocupantes de desaceleração na produção e comercialização», destacou o presidente da CVB.

Vinho

A peça principal da campanha é um vídeo de dois minutos intitulado "No setor do vinho: fortes e unidos, vamos resistir', que está disponível em diversas plataformas online, nomeadamente Instagram, Facebook, Youtube e nas páginas oficiais da CVB, Bairrada e Bairrada oficial.

O vídeo não se dirige apenas aos produtores da Bairrada, tendo imagens cedidas por regiões demarcadas de vinha e do vinho de todo o país, e será mais tarde divulgado, também, em plataformas do Ministério da Agricultura.

"É uma mensagem de apoio e de esperança, num repto de união. A Bairrada ‘chama' todo o setor do vinho, evocado de norte a sul de Portugal continental (Vinho Verde, Trás-os-Montes, Douro, Távora-Varosa, Dão, Bairrada, Beira Interior, Lisboa, Tejo, Setúbal, Alentejo e Algarve) e ilhas (Açores e Madeira), para uma onda de positividade", resume a CVB. O mote da campanha é "Vamos resistir, unidos", ao impacto da pandemia da covid-19 na produção e comercialização de vinho.

Pedro Soares, presidente da CVB, disse à agência Lusa que o impacto das medidas para conter a propagação da Covid-19 começa a fazer-se sentir nas empresas de produção de vinhos, que na sua maior parte limitaram a atividade, negociaram férias com os funcionários, recorreram ao lay-off, ou "deslocalizaram' trabalhadores de produção para trabalhos no campo, preparando a nova safra.

A maior parte dos grandes produtores da Bairrada, região com 6 500 hectares de vinhas, que lidera destacada a venda de espumantes em Portugal, optou por encerrar ao público, mantendo entre portas o engarrafamento de vinhos, a produção da próxima colheita e criando ou reforçando soluções de comércio eletrónico.

«Depois de um março quase normal, começa a notar-se um decréscimo acentuado na certificação», relata Pedro Soares, lembrando que a exportação de vinhos da Bairrada (e da produção nacional em geral) foi muito afetada pelo adiamento das feiras internacionais Vinexpo (Paris) e ProWein (Dusseldorf).

A CVB certifica em torno de nove milhões de garrafas de espumantes e vinhos tranquilos na Bairrada por ano. O Selo de Garantia do Instituto da Vinha e do Vinho, que no caso da Bairrada é vendido pela CVB, certifica em cada garrafa a autenticidade e genuinidade do vinho das regiões demarcadas, garantindo a sua origem e o controlo rigoroso efetuado a todas as fases do processo de produção. A CVB tem neste momento registados mais de 2 400 produtores de vinhos, que exploram 6 500 hectares de vinhas, mas Pedro Soares garante que o número de pessoas ligadas à cultura do vinho e da vinha há na região é "substancialmente" maior.

Pedro Soares defende que pode vir a ser necessária uma intervenção do Governo para garantir a sobrevivência do setor, lembrando que daqui a poucos meses será feita nova vindima. «É preciso que o Governo pense numa intervenção no mercado, nomeadamente para conseguir a destilação de vinho», defende Soares. O objetivo será transformar o vinho que não foi escoado pelo mercado em álcool e álcool gel, que poderá ser usado em hospitais e outras unidades de saúde.

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