Uma espécie de Airbnb dos agricultores
Dar melhores condições ao produtor e garantir que o consumidor acede a produtos realmente frescos e não conservados artificialmente. Tudo numa plataforma digital, onde todos têm avaliação no final.
Quando descasca uma laranja já pensou quando é que ela foi colhida? Filipe Leal, um dos responsáveis da Fresh.Land, dá a resposta à pergunta num vídeo colocado na página da plataforma online, que visa a venda de frescos de qualidade diretamente do produtor ao retalhista.
«Quatro meses», garante. Um número que diz ser possível diminuir para quatro dias através da aplicação, cuja garantia é assegurada através de um sistema de classificação. Uma espécie de Airbnb, que elimina intermediários, e onde o utilizador deixa uma avaliação do serviço no final. Os retalhistas também têm uma classificação.
O programa permite aos produtores venderem fruta e legumes diretamente aos retalhistas, com um contrato "standard". Ou seja, com preços iguais para todos, conseguindo assim condições mais vantajosas para quem produz.
Mas o cliente também beneficia. Antes de arrancar com o projeto, que tem um ano, Filipe Leal disse que visitou um armazém de frescos. «A primeira coisa que vi foram os químicos para manter os produtos, a segunda foram as câmaras frigoríficas para aumentarem a longevidade artificialmente e a terceira foi uma grande pilha de fruta cá fora estragada, por não ter tamanho para ser comercializada», atesta no mesmo vídeo.
Criado numa família de agricultores, Filipe Leal afirma ter assistido à luta do pai para escoar os seus produtos. E foi isto que esteve na base da criação da plataforma. Juntou os seus conhecimentos na área de produção à vontade da dinamarquesa Matilde Jakobsen por um consumo amigo do ambiente. Nascia assim a Fresh.Land, que tem sede na Dinamarca, está representada em Braga e tenciona abrir escritório também em Lisboa.
A empresa não diz quantos utilizadores estão inscritos, mas garante estar satisfeita com o rumo do negócio. Neste momento está em Portugal, na Dinamarca, Suécia, Holanda, Noruega e Alemanha e dá emprego a três pessoas, mas quer aumentar esse número. O próximo passo é o mercado do Reino Unido.
Fonte: Expresso