Suinicultores avisam que setor «vai colapsar em breve» se nada feito

O presidente da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) alertou para o colapso em breve do setor, pedindo medidas de reestruturação do crédito a curto prazo e a isenção da Taxa Social Única.

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«O setor está à beira do colapso», salientou Vítor Menino, acrescentando que os empresários «estão a perder 30 euros por cada animal» que entra no mercado, o que «é incomportável».

Por isso, o presidente da FPAS pede uma «resolução rápida» para o problema do setor, que é responsável por «200 mil empregos diretos», sublinhando que «não há tempo para esperar».

Em consequência da dramática situação que o setor da suinicultura atravessa», os empresários do setor reuniram-se em plenário, de onde saíram várias reivindicações que serão apresentadas ao ministro da Agricultura, numa reunião agendada para esta sexta-feira (5 de fevereiro), avançou.

Uma das exigências apresentadas na reunião é «exigir medidas que permitam a reestruturação do crédito a curto prazo, de modo a que os suinicultores possam beneficiar de um período de dez anos para o seu pagamento com dois anos de carência».

Os empresários vão ainda solicitar ao ministro da Agricultura que «pressione a Comissão Europeia no sentido de iniciar, no imediato, reuniões técnicas com as autoridades russas, de forma a pôr fim ao embargo russo à carne de porco europeia».

Será também exigida a «assinatura urgente do contrato de exportação da carne de porco portuguesa para a China e para a Coreia do Sul».

Vítor Menino lamentou que a «ex-ministra da Agricultura se tenha esquecido das suiniculturas quando isentou o sector do leite da Taxa Social Única (TSU)».

«Exigir o reforço das ações de fiscalização e a publicação imediata do decreto-lei regulamentador da rotulagem de carne» é outra das reivindicações dos empresários, que pretendem ainda requerer ao ministro «que se bata junto da Comissão Europeia pela subsidiação dos excedentes de gorduras e subprodutos de matadouro para serem vendidos para biodiesel».

Isentar o setor da taxa do Sistema Integrado de Recolha de Cadáveres e do Imposto Sobre Imóveis, pelo período de um ano, e garantir a manutenção do Gabinete de Crise «na defesa e promoção das acções que visem a defesa intransigente do setor e o direito do consumidor à informação», são também medidas pedidas, assim como o reforço do controlo anti-dumping.

O porta-voz do Gabinete de Crise, João Correia, acrescentou que o setor tem um valor de 600 milhões de euros. «Neste momento, perdemos sete milhões e meio de euros por mês» adiantou.

João Correia frisou que, «além da gravidade económica do setor, se o colapso da suinicultura for uma realidade, para daqui a 15 ou 30 dias, não será só um problema económico, mas sim, e mais grave, um problema social», porque «90% das pessoas» que trabalham no setor «também habitam nas explorações».

Fonte: Lusa 

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