Solução para crise climática passa pela agricultura familiar

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A agricultura familiar portuguesa está representada em Paris, na Conferência do Clima, para defender que a solução para a crise climática passa pelas pequenas explorações, com modelos de produção mais sustentáveis, e pela relocalização do consumo.

Para a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), resolver as alterações climáticas passa «pela aposta na agricultura familiar e na pequena agricultura, em modelos de produção mais sustentáveis e na relocalização do consumo alimentar», já que o modelo agroindustrial intensivo «não é a solução».

Esta opção «implica, inevitavelmente, uma alteração nas políticas agrícolas, alimentares e comerciais ao nível global», refere um comunicado divulgado pela CNA.

Uma delegação da confederação, que representa a agricultura familiar em Portugal, está presente em Paris para participar num conjunto de iniciativas da Coordenadora Europeia Via Campesina, a ocorrer em paralelo com a realização da conferência das Nações Unidas para o clima (COP21), que termina a 11 de dezembro.

A COP21 junta 196 países para tentar chegar a um acordo vinculativo que defina a redução das emissões de gases com efeito de estufa, de modo a conseguir limitar o aumento da temperatura média do planeta, e o financiamento da adaptação, principalmente das nações em vias de desenvolvimento.

A CNA vem reclamar soluções efetivas contra a crise climática e denunciar «as falsas soluções que têm sido apontadas, como a questão do mercado de carbono e a chamada economia verde».

É que, para estes agricultores portugueses, o mercado do carbono, sem mudanças nas políticas agrícolas, alimentares e comerciais, «apenas levará à canalização de enormes investimentos no setor agroflorestal à escala mundial nos chamados sumidouros de carbono agrícolas e florestais».

E lista as principais consequências daquelas opções, nomeadamente o aumento dos conflitos relacionados com a posse dos recursos naturais e da pressão humana sobre estes recursos, com a sua degradação, assim como a transformação do modelo produtivo agroflorestal, com a sua intensificação e industrialização.

Quanto à oposição relativamente ao modelo agro-industrial, a CNA defende ser «altamente dependente dos combustíveis fósseis» e da importação de fatores de produção, como fertilizantes, pesticidas ou rações para a alimentação animal, que exigem «enormes consumos energéticos», contribuindo para o agravamento das emissões de gases com efeito de estufa.

Por outro lado, explica a confederação, a agricultura industrial está baseada num consumo deslocalizado e, por isso, implica enormes gastos energéticos para transporte, refrigeração, transformação e embalamento. 

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