Silvicultura em queda real
O Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou na semana passada as Contas Económicas da Silvicultura referentes a 2014.
Em comunicado, a Associação de Promoção ao Investimento Florestal (Acréscimo) analisa os dados e refere que, de acordo com os dados, «em 2014, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) da silvicultura registou um decréscimo real, situação não verificada desde 2008«
O peso do VAB da silvicultura no VAB nacional manteve-se em 0,6% (registava 1,2% em 1990 e 0,8% em 2000).
O rendimento empresarial líquido registou uma diminuição face a 2013, continuando assim muito aquém do registado no ano 2000.
«As Contas Económicas da Silvicultura abrangem as atividades de silvicultura, desde a produção de bens, de madeira e de cortiça, às prestações de serviços silvícolas e de exploração florestal», recorda a Acréscimo.
O destaque publicado pelo INE mostra, em termos reais, «uma inversão na tendência de contrariar o declínio progressivo da atividade registada entre 2000 e 2009», refere a Associação.
«Apontam-se algumas das limitações ao projeto do INE, tal como anteriormente evidenciadas pela Acréscimo relativamente a um estudo do Banco de Portugal, designadamente no que respeita à abrangência inerente ao segmento da silvicultura», lê-se no comunicado.
Além disso, alerta a Associação, «importa ter em conta a necessidade de analisar as Contas Económicas da Silvicultura de 2014 à luz da situação simultânea de sobrexploração e de subaproveitamento dos recursos florestais em Portugal. A situação de declínio real evidenciado em 2014 face a 2013 nas Contas Económicas da Silvicultura, acrescido do já registado entre 2000 e 2009, adensa as preocupações quanto à desflorestação que ocorre em Portugal, situação única no contexto da União Europeia».