Setor de beterraba e açúcar da UE contra novas concessões nas negociações do Mercosul
Os produtores de beterraba da União Europeia (UE), os fabricantes de açúcar, os produtores de energias renováveis e os trabalhadores exigem que não se faça quaisquer concessões no setor do açúcar e do etanol no contexto das negociações do Mercosul.
O Brasil é o maior produtor e exportador de açúcar do mundo, supondo 52% do total e também é o segundo maior produtor e exportador de etanol, sendo o grande beneficiário das concessões comerciais da UE sobre o açúcar.
A partir de outubro de 2017, o acesso preferencial do Brasil ao mercado comunitário aumenta em mais de 700 mil toneladas por ano, o que representa 52% da quota total de açúcar da UE na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Todas estas importações estão sujeitas a um direito muito mais reduzido.
No entanto, o Brasil não parece satisfeito a dominar tanto o mercado mundial e as concessões comerciais bilaterais com a UE, tendo solicitado um acesso adicional substancial aos mercados comunitários do açúcar e etanol nas negociações entre a UE-Mercosul.
O setor da UE defende que este pedido deve ser recusado. O governo brasileiro oferece um amplo apoio à produção e consumo de etanol, com 94% das fábricas brasileiras de açúcar a produzirem também etanol, pelo que o apoio par ao meso funciona como um importante subsídio cruzado para os produtores de açúcar do país.
Nos períodos de altos preços do açúcar e os do etanol em baixa, as capacidades de etanol podem ser utilizadas para produzir açúcar. Além disso, o governo brasileiro ajuda com 1.800 milhões de dólares o seu setor açucareiro.
O setor da beterraba-açúcar da UE pede aos Estados-membros e ao Parlamento Europeu que defendam o setor nas negociações, pois consideram que não há nenhum razão para abrir o mercado da UE a mais açúcar e etanol do Brasil.
Prevê-se que a produção de açúcar da UE venha a ser mais que suficiente para cobrir as necessidades da UE a partir de 2017/2018.
Fonte: Agrodigital