Rotulagem para carne de porco chega em breve a Portugal

A lei sobre a rotulagem da carne de porco, que obriga a identificar a origem, deve estar pronta para ser enviada a Conselho de Ministros em 15 a 20 dias, disse o ministro da Agricultura esta quarta-feira.

porco

A rotulagem de origem do produto é uma das reivindicações dos suinicultores, que se têm manifestado por causa da crise no setor e que levou o ministro Capoulas Santos a criar um Gabinete de Crise para os Setores do Leite e da Suinicultura.

O Gabinete esta semana, juntando o ministro e as confederações e associações do setor, afirmando no final Capoulas Santos que a questão da rotulagem de origem está resolvida no setor dos laticínios, por decisão da indústria e da distribuição, e que o Governo está a resolver a que diz respeito à carne de porco.

Estão a decorrer os 20 dias de consulta pública obrigatória e dentro de «15 a 20 dias» está pronta a lei para ir a conselho de ministros, disse Capoulas Santos, lembrando que o Governo está a avançar com medidas de apoio aos dois setores, por falta de medidas a nível da União Europeia.

Uma linha de crédito de 20 milhões de euros, descontos na segurança social, de abril a dezembro, de 50% são algumas das medidas de incentivo, além da compra de 109 mil toneladas de leite por parte da União Europeia para fazer leite em pó e apoio ao armazenamento da carne de porco.

Capoulas Santos, após a reunião falou aos jornalistas de «uma crise europeia» para a qual «são necessárias respostas europeias», e disse que a União Europeia adiou para junho uma decisão sobre financiamento.

Uma crise também com duas visões, segundo as declarações à saída da reunião, de contenção por parte da fileira do leite mas de exasperação do lado dos suinicultores.

José Oliveira, vice-presidente da CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal), lamentou os excessos de produção e o baixo preço do leite e disse que as medidas para o setor são «as possíveis».

Fernando Cardoso, da Federação Nacional das Cooperativas Produtoras de Leite, também saiu otimista e considerou a reunião produtiva.

Já David Neves, da Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores, reafirmou que o setor está em colapso, disse que se nada for feito a produção vai ser reduzida a 30%, e que percebe o esforço do ministro mas que as medidas são «uma mão cheia de nada».

«O problema não é haver uma linha de crédito, é aceder a ela. Quem perde oito milhões de euros por mês dificilmente terá acesso a crédito», disse, apelando ao setor da distribuição para «dar um contributo» na solução para a crise da suinicultura.

Que se deve ao excesso de produção e a não se conseguir exportar para mercados como a Rússia (devido a embargo). Tal leva a que os produtos cheguem a Portugal a preços mais baixos do que aqueles que os produtores portugueses conseguem suportar.

Fonte: Lusa 

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