Produção de flores na Madeira aumenta e dinamiza consumo interno

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O setor madeirense da produção de flores, que gera um rendimento médio anual de seis milhões de euros, tem registado um aumento das áreas de cultivo, uma dinamização no comércio interno e uma redução da exportação e da importação.

Dados fornecidos pela Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural referem a existência de 135 explorações florícolas ao ar livre e em estufa, ocupando um total de 45 hectares (mais nove do que em 2002), com destaque para a produção de orquídeas, antúrios, próteas, rosas e gerberas.

Em 2014, a produção geral foi de 13 milhões de flores e hastes, mas a exportação baixou para 70.448 unidades, quando em 2010 tinha sido de 212.169.

A Direção de Agricultura considera este indicador sinal de que «o mercado interno está a absorver as flores produzidas em maior quantidade», realçando que, este ano, o conjunto das atividades da Festa da Flor (o maior cartaz turístico da Madeira, que decorre entre 16 de 22 de abril) vai contar com uma quota de flores regionais entre os 70% e os 80%.

«O mercado das flores está a crescer», confirma Liliana Dionísio, proprietária da exploração Plantatlântico e da empresa Tulipa, que se dedica ao comércio florícola há 28 anos.

«O problema é que não estamos a conseguir praticar os preços ideais devido à situação de contingência no país. Estamos a praticar os mesmos preços de há dez anos, não houve evolução nisso, o que é bastante complicado», sublinhou.

Em 2012, as flores ficaram sujeitas à taxa máxima do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), que na região é de 22%.

Em 2013, a situação foi revista, passando o comércio de flores a estar sujeito à taxa mínima de 5%. No entanto, a tendência de quebra das exportações e das importações manteve-se e estas últimas sofreram um decréscimo de 150 mil euros, passando de 765 mil euros em 2011 para 614 mil em 2012.

A mão-de-obra afeta à floricultura também tem vindo a diminuir, apesar do aumento das áreas de produção, ocupando atualmente 153 trabalhadores, situação que as autoridades explicam com uma aposta cada vez maior no fator tecnológico e com o facto de muitas das explorações serem pequenas e familiares.

O concelho de Santa Cruz é o maior produtor de flores do arquipélago, com 43% das explorações e 52% da área total. Segue-se o Funchal, com 18% do total das explorações e 9% da área.

As restantes explorações distribuem-se um pouco pelos outros concelhos localizados na vertente sul da Madeira, uma vez que a costa norte não apresenta grande apetência para este tipo de cultura. No Porto Santo não existe nenhuma exploração florícola.

O mercado grossista absorve 52% da produção de flores, mas a venda direta ao consumidor e às floristas assume também grande destaque, mantendo viva uma tradição que criou rótulos para a região como "a ilha das flores", "o jardim do Atlântico" ou "a Madeira é um jardim".

«Agora, estamos com um 'handicap' muito grande, porque os clientes não podem levar flores nos aviões devido aos encargos e às taxas que são cobradas», explicou Liliana Dionísio, realçando que o seu grupo nunca esteve vocacionado para a exportação.

«O mercado regional é um bom consumidor de flores, além de que o projeto foi todo ele pensado tendo em conta um determinado público e as quantidades que podíamos produzir», disse.

A Plantatlântico, situada no concelho do Funchal, produz em média 187 mil flores por ano, entre antúrios, gerberas e liliuns, tendo como grandes clientes os hotéis e os organizadores de eventos.

Fonte: Lusa  

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