Portugal lidera estudo sobre a evolução da reprodução das plantas
Um consórcio europeu e norte-americano coordenado por Jörg Becker, investigador principal no Instituto Gulbenkian de Ciência, recebeu financiamento para estudar a evolução da reprodução sexual das plantas.
Este estudo irá possibilitar a identificação de genes úteis para a indústria agrícola, com o objetivo de melhorar a reprodução de espécies de cultivo e aumentar a sua produtividade.
De acordo com a Associação Portuguesa de Horticultura (APH), «as plantas com semente são extremamente importantes economicamente, pois são a nossa fonte principal de alimento, fibras e outras matérias-primas industriais».
No entanto, realça a APH no seu site, «a nossa capacidade de gerar comida suficiente, ração para animais e energia está cada vez mais comprometida pela expansão da população humana, pela competição pelo uso de terra, pela rápida perda de biodiversidade e pela mudança climática global».
«É, portanto, crucial estudar o processo da reprodução sexual das plantas de forma a superar problemas de fertilização e aumentar o rendimento de colheitas», explica o IGC em comunicado.
Usando diversas espécies como modelos de estudo, desde musgos até plantas com flor, os investigadores «pretendem compreender as principais etapas na evolução da reprodução das plantas, incluindo os mecanismos ancestrais de desenvolvimento dos gâmetas e fertilização».
O projeto é financiado pela ERA-CAPS, uma rede europeia dedicada a apoiar atividades de investigação no campo da Ciência das Plantas.
Esta é a primeira vez que Portugal participa num projeto da ERA-CAPS, não só como parceiro mas também como coordenador.
Além do Instituto Gulbenkian de Ciência (Portugal), as outras instituições participantes são: Gregor Mendel Institute (Áustria), Universidade de Regensburg (Alemanha), Universidade de Leicester (Reino Unido), MPI Molecular Plant Physiology (Alemanha), Universidade de Warwick (Reino Unido) e Universidade de Brown (EUA).