Pescas: discussão sobre quotas só em outubro

O comissário europeu para o Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, Karmenu Vella, anunciou que receberá em julho um parecer científico sobre o setor, documento que servirá para discutir, em outubro, as quotas com todos os Estados-membros.

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«Estamos à espera de um parecer científico sobre pesca em profundidade e ‘stocks’, que chegará em julho. Baseados nisso vamos discutir com todos os Estados-membros as quotas, e isso ocorrerá em outubro», afirmou aos jornalistas Karmenu Vella, no porto de Rabo de Peixe, concelho da Ribeira Grande, nos Açores, local onde os pescadores permaneceram indiferentes à passagem da comitiva.

No final de dois dias de visita à ilha de São Miguel, nos Açores, o comissário europeu defendeu que a delapidação dos ‘stocks’ marinhos não pode continuar, pelo que «é preciso dar tempo» para que as espécies se renovem.

Em resposta às preocupações dos representantes do setor nos Açores quanto ao aumento da quota, nomeadamente de espécies como o Goraz, manifestadas numa reunião, em Ponta Delgada, Karmenu Vella disse não acreditar que «honestamente» o caminho seja por aí.

Antes de um passeio a pé num dos maiores portos de pesca dos Açores, Rabo de Peixe, o comissário europeu começou o dia com uma visita à lota, no porto de Ponta Delgada, ilhéu de Vila Franca do Campo e fábrica de conservas Cofaco, local onde observou a laboração de atum e recolheu informações.

A Cofaco tem duas fábricas no arquipélago, nas ilhas de São Miguel e Pico, emprega 500 pessoas no total, maioritariamente mulheres, trata por dia 20 toneladas de atum e exporta para países como Angola, Moçambique, Austrália, Itália, França entre outros.

Karmenu Vella considerou que vir aos Açores foi «uma experiência importante» e que aprendeu «imenso» com o diálogo que teve com todos os parceiros locais.

Para o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Fausto Brito e Abreu tratou-se de uma visita «útil» quer para o comissário europeu, quer para todas as partes interessadas nos Açores.

«Apesar de sermos apenas 250 mil habitantes temos 25% das águas da União Europeia, portanto temos de ser tidos em conta de forma diferente do que se estivéssemos no centro da Europa», afirmou Fausto Brito e Abreu, acrescentando que «há muito tempo a União Europeia conhece as principais preocupações, porque o Governo Regional tem feito um esforço permanente de sensibilização».

Fonte: Lusa 

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