O mercado de carne de aves

O Ministério da Agricultura realizou um ponto da situação do mercado de carne de aves, quer a nível internacional, quer a nível nacional.

Carne de aves

A nível internacional, no que se refere aos principais mercados de concorrência da União Europeia, estes são o Brasil e os EUA, com valores mais baixos e voláteis do que os europeus. No Brasil o valor mais baixo foi provocado por uma queda no início do ano, tal como nos EUA, que têm tido grandes oscilações de aumento e queda de preços com muita frequência durante o último ano. O Brasil surge com valores recorde de exportação de carnes de aves, fomentado essencialmente pela China (justificado pela crise da PSA), que prefere comprar ao Brasil por ter preços mais competitivos que a UE e EUA.

A nível da UE, o mercado continua estável, de acordo com dados do passado mês de fevereiro, com preços muito interessantes, apesar do aumento de produção e bastante acima dos praticados no quinquénio 2015/2019 para a mesma semana. O setor atravessa um bom período, suportado pelas exportações e pelo aumento do consumo. A PSA (suínos) que tem afetado muitos países no mundo, tem contribuído para o bom comportamento do setor, uma vez que a carne de porco tem, em muitos casos, sido substituída pela carne de aves.

Em relação aos preços praticados, assiste-se a uma taxa de 193,87€/100kg para a carcaça de frango, com aumento de 2,2% relativamente ao mês anterior e aumento de 5,2% y/y.

Destaque para as exportações com destino a África do Sul, que cresceram 55%, ainda que seja de referir que os números de 2018 tenham sido muito baixos, isto devido a barreiras de mercado impostas por este país por causa da gripe aviária e de acusações de dumping a alguns Estados-membros. As restrições têm sido levantadas aos poucos. A Polónia e a Espanha, que eram países impedidos de exportar para África do Sul, retomaram as exportações para este país no segundo semestre de 2018. Filipinas é o principal destino das exportações UE e teve um crescimento de 36% até novembro.

A balança comercial europeia é claramente positiva em quantidade, menos evidente em valor, pois o tipo de carne que importamos é muito diferente da que exportamos: compramos cortes mais nobres e vendemos peças de menor valor comercial, como as miudezas e carne com ossos.

A produção em Portugal tem vindo a acompanhar a tendência europeia. O mesmo não acontece com os preços, que ainda estão um pouco abaixo da média UE (165€/100kg para a carcaça de frango). Também ao nível das exportações o comportamento Portugal não é positivo, estando abaixo dos valores de 2018.

As exportações de galos/galinhas no acumulado do ano 2019 tiveram uma queda em volume de 25,5% relativamente ao ano passado e de 28,5% em valor. Queda também nas exportações de peru, embora de uma forma mais ligeira: 1,9% em volume e 1,4% em valor. Em sentido contrário, as importações de aves cresceram, principalmente na carne de peru, em mais de 23 cêntimos/ kg, e do peru abatido (80% - de 5,7 a 9,8 kg), em mais 5 cêntimos.

O grau de autoaprovisionamento para o setor das aves é bastante elevado, o que nos faz estar pouco dependentes da importação. Dados de 2018 indicam que na carne de galináceos e pato chegamos perto dos 95%, enquanto na carne de peru esta percentagem baixa para os 70%. O mercado relevante de origem da carne importada é a Espanha.

É preciso estar atento à possibilidade de ocorrerem alterações na garantia da manutenção da capacidade produtiva, dependente da garantia do aprovisionamento de matérias-primas para alimentação animal e à dependência ad mão-de-obra, muito sensível a casos positivos Covid-19, que possam levar a fecho completo de instalações.

Podem existir perturbações na exportação de ovos para incubação e de aves do dia, efetuado por via aérea, por condicionantes nos aviões e redução de rotas, ou limitações nos países de destino.

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