Mondego Agrícola: uma feira acima das expectativas

No passado dia 6 de outubro, Montemor-o-Velho recebeu, pela terceira vez, o Mondego Agrícola, Feira das Culturas. Este evento decorre ao ar livre, no coração do Baixo Mondego, em terrenos da Escola Profissional e de Desenvolvimento Rural do Baixo Mondego e de outros produtores que se associaram ao evento com uma área de 20 hectares.

António Dias, responsável técnico da Escola Profissional e de Desenvolvimento Rural do Baixo Mondego e o responsável pela organização do evento, conta ao Agronegócios como surgiu a feira: “foi em 2017, a Escola já fazia alguns trabalhos de demonstração para o setor agrícola da região, desde 2004, quando houve o emparcelamento desta zona de Montemor-o-Velho, a Escola ficou com terrenos e começou a fazer trabalhos de experimentação para a comunidade agrícola, muito virada para o setor do milho. Entretanto, todos os anos se faziam ensaios de variedades de milho de adaptação à região e as empresas começaram a querer juntar outros parceiros”. E assim, em 2017, foi aberta a atividade a outros segmentos da agricultura e foi feita uma exposição mais transversal, onde pudessem ser incluídos todos os operadores agrícolas da região, desde os homens das sementes, aos fertilizantes, aos agroquímicos, aos secadores, às máquinas, entre outros, nascendo assim o certame.

A região de Montemor-o-Velho é uma zona privilegiada: os terrenos foram todos emparcelados, foram criados acessos às parcelas, foi criada rega, drenagem e o fornecimento de água a todas as parcelas. Este é um vale bastante interessante do ponto de vista agrícola, por estar 100% aproveitado, desde Coimbra à Figueira da Foz. O milho é a cultura que melhor se adaptou à região, estando presente deste o século XVI.

Para António Dias o maior desafio que a cultura enfrenta neste momento é o fator “preço”. “O preço é um problema a nível mundial. Nós estamos a competir com preços de outras regiões do mundo, que são aéreas específicas de produção de milho. Nós temos uma mais-valia, temos água, não digo de borla, mas água abundante, colocada à disposição, embora sem pressão. Não é o que economiza mais água, mas é o mais barato. É graça a este sistema que nós conseguimos competir com o resto do mundo”.

(1ª parte do artigo)

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