Ministro da Agricultura pronuncia-se sobre a decisão da Universidade de Coimbra em abolir a carne de vaca

Luís Capoulas Santos publicou, na sua conta pessoal no Facebook, um texto sobre o assunto, que tem deixado as associações de agricultores preocupadas e revoltadas.

Sem nunca citar o nome da Universidade, o ministro escreveu que "não deixa de ser amargo constatar que até as vetustas paredes da centenária academia são permeáveis ao populismo e à demagogia. Sete séculos depois, o decreto ainda derrota a educação, que é a maior garantia da liberdade individual e, dentro desta, da liberdade de escolha informada.”

As organizações ligadas aos agricultores nacionais têm vindo a demonstrar a sua indignação perante a proibição do reitor da universidade, que aboliu a carne de vaca das suas 14 cantinas. Prometem ainda lutar contra a implementação da medida.

A reação das organizações agrícolas

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) foi das primeiras a manifestar-se perante a decisão do orgão universitário. A AJAP, a APROLEP e a CONFAGRI também já apresentaram as suas críticas. 

No comunicado emitido pela CAP, é revelado que existe uma "profunda perplexidade relativamente à notícia".

"A invocada “emergência climática”, desígnio que a todos convoca, não deve – não pode – servir de pretexto para a tomada de decisões infundadas, baseadas em alarmismos incompreensíveis. Esta decisão, tomada num contexto universitário, espaço de liberdade e de conhecimento, ainda causa maior perplexidade", é possível ler-se no documento. 

A confederação vai mais longe e afirma tratar-se de "uma limitação à sua liberdade de escolha e contribui para confundir os portugueses, porque é alarmista e assenta em pressupostos infundados". A organização condena assim a decisão, apelando ainda a estudantes, professores e funcionários para agirem perante o sucedido. 

A AJAP (Associação dos Jovens Agricultores de Portugal) também condenou as ações da Universidade em comunicado.

Já a CONFAGRI (Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal) afirmou "repudiar o radicalismo do Reitor da Universidade de Coimbra", realçando que "matar o mundo rural não é a solução". 

“As necessárias mudanças de comportamentos face às alterações climatéricas têm de ser feitas com responsabilidade e consciência social, não de forma demagógica e radical. A descarbonização, sendo meta a perseguir até 2050, deve assentar no que se refere à produção bovina, em bases científicas e não em tiradas populistas sem qualquer suporte científico”, refere Manuel dos Santos Gomes, Presidente da CONFAGRI, em comunicado. 

A APROLEP (Associação dos Produtores de Leite de Portugal) decidiu também "tornar público um veemente protesto perante o anúncio da proibição de carne de vaca nas cantinas da Universidade de Coimbra a partir de janeiro de 2020 e manifestar solidariedade a todos os criadores de bovinos em Portugal".

As associações demonstram-se assim contra a decisão, condenando-a e afirmando que irão lutar contra a mesma no futuro próximo. 

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