Metade da carne vendida a granel e embalada não respeita a lei

Desde 2000 que é obrigatório as embalagens referirem a origem da carne, mas nem sempre acontece.

Cerca de metade da carne de vaca vendida a granel e embalada nos talhos e supermercados não refere a origem, obrigatória por lei.

O alerta é feito pela Associação de Defesa do Consumidor (Deco) e lembra que «já é obrigatório conhecer a origem da carne de vaca desde 2000, altura em que surgiu o escândalo da BSE. Desde abril de 2015, estas exigências foram alargadas à carne de suíno (porco), ovino, caprino (borrego e cabrito) e às aves de capoeira», refere.

De acordo com a análise feita pela entidade, 60% das peças de carne que foram analisadas estavam em conformidade com a legislação.

Em 28% dos casos, não foi encontrada qualquer referência à origem e em 12% das amostras foram detetadas algumas falhas na rotulagem.

Essas verificaram-se sobretudo nas aves, ovinos e caprinos que «pecam, sobretudo, por omitir o local do abate». No caso da carne de vaca, a falha mais frequente é não mencionar o local de desmancha.

«Foi na carne de bovino (vaca e novilho a granel) que detetámos mais problemas na rotulagem, com dois terços da amostra em incumprimento: 44% da carne nos talhos de rua ou supermercado não tinham qualquer referência à origem e, em 24% dos casos, a rotulagem apresentava falhas ou omissões, como o local de desmancha», diz a Deco, acrescentando ainda que, «na carne pré-embalada, embora haja um maior cuidado com a rotulagem, ainda assim, 13% das amostras não permitem saber a origem e 31% omitem alguns dados, nomeadamente o local de abate e desmancha».

A entidade afirma ainda que, face a 2014, a situação «não melhorou, como até piorou» e admite que «se faltam informações relevantes, o sistema de rastreabilidade cai por terra. Torna-se impossível chegar à origem e atuar quando surgem irregularidades que ponham em causa a segurança dos consumidores», conclui.

Para a Deco, a fiscalização é essencial, mas perante um nível tão grande de incumprimento impõe ações mais extensas e aconselha os consumidores a serem inflexíveis, abdicando de comprar nos talhos que não cumprem a obrigatoriedade legal de prestar informações sobre a origem da carne.

Fonte: i

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