Leiria: lançado concurso para estação de tratamento de efluentes suinícolas
O concurso público internacional para a construção da estação de tratamento de efluentes suinícolas de Leiria (ETES), lançado a 4 de agosto, deverá pôr cobro às descargas para a ribeira dos Milagres, revelou fonte da Recilis.
«O concurso tem um preço-base de 15,3 milhões de euros num projeto cujo valor global é superior a 20 milhões de euros», afirmou David Neves, presidente da Recilis, empresa de tratamento e valorização de efluentes.
David Neves considerou o lançamento da empreitada de conceção-construção da estação de tratamento de efluentes suinícolas da região do Lis como «um passo de extrema importância que vai permitir encontrar uma solução técnica sustentável para o tratamento de efluentes de todo o setor agropecuário da bacia hidrográfica do Lis, em particular das suiniculturas».
O responsável referiu que o investimento, com um prazo de execução de 810 dias, deverá começar no primeiro trimestre de 2016 «se tudo correr dentro do estabelecido», adiantando que o Proder - Programa de Desenvolvimento Rural financia a obra com 9,1 milhões de euros.
A ETES do Lis, projetada para Amor, vai tratar diariamente cerca de 900 metros cúbicos de efluente que, «a acrescer aos 280 m3 já instalados na ETAR Norte [estação de tratamento de águas residuais em Coimbrão, Leiria], irá perfazer uma capacidade total de 1.180 m3 por dia», esclareceu David Neves.
«Agrega mais de 400 explorações pecuárias em toda a bacia hidrográfica do rio Lis, abrange os concelhos de Leiria, Batalha, Porto de Mós, Marinha Grande e Pombal», informou o responsável, assinalando que «na área de intervenção deste projeto situa-se cerca de 20% da produção nacional».
Para David Neves, «a conclusão deste projeto vai, de uma vez por todas, criar a solução definitiva para os problemas dos efluentes pecuários, respondendo, assim, aos anseios destas últimas décadas do setor e da região», destacando o ganho ambiental, mas também económico e social que representa.
«Vem relançar o setor, porque sem esta solução estava condenado a desaparecer, com todas as consequências sociais e económicas que adviriam», disse, reconhecendo que este setor apresenta «dois problemas graves em Leiria, a regularização das explorações e a questão ambiental».
O presidente da Recilis explicou que, neste momento, «com a criação, por parte do município de Leiria, das condições para a regularização das explorações existentes e tendo esta perspetiva da resolução do problema ambiental, Leiria terá, a curto prazo, condições para ser uma das principais regiões de produção de carne de porco, contribuindo para a redução das importações».
Em junho de 2013, a ministra da Agricultura presidiu à assinatura de um protocolo que previa construir a ETES em dois anos, acordo que envolve atualmente o ministério, a SIMLIS, empresa responsável pelo Sistema Multimunicipal de Saneamento do Lis, as autarquias da Batalha, Porto de Mós e Leiria, e as entidades promotoras.
A entidade promotora é a Valoragudo, empresa detida a 100 por cento pela Recilis, tendo como parceiro a Be Water, empresa do grupo chinês Beijing Enterprises Water Group, acrescentou David Neves.
Fonte: Lusa
