Flores comestíveis | Capuchinha

Flores comestíveis

Por: Orquídea Barbosa / Engenheira Agrónoma 

Nome científico: Tropaeolum majus L.
Família: Tropaeolaceae
Origem geográfica:  América do Sul 

Cada vez mais, as flores comestíveis ganham apreciadores. Normalmente reconhecidas como meros elementos de adorno de jardins, casas, ou para assinalar momentos especiais, a maioria das pessoas não as associa à culinária, daí que, frequentemente, sejam surpreendidas aquando da sua apresentação numa refeição. 

As flores não só têm cor, cheiro, mas também sabor. Na alta cozinha e no uso doméstico, as flores dão um toque especial e marcam a diferença, podendo ser utilizadas em entradas, saladas, bebidas… Dada a variedade de flores comestíveis, é necessário ter conhecimentos acerca das que podem ser consumidas, uma vez que muitas são venenosas e podem, inclusive, levar à morte. 

Uma das flores comestíveis, e que é frequentemente encontrada nos jardins, é a Tropaelum majus L. vulgarmente conhecida por capuchinha, chaga, chaguinha, agrião do México, agrião grande do Peru, nastúrcio, flor de sangue, entre outros. É conhecida em diversas culturas como uma planta multifuncional e, além de ornamental e medicinal, é também utilizada na culinária. 

Flor

A flor tem entre 4 e 6 cm de diâmetro, composta por 5 pétalas e um um “esporão”. As flores variam entre o amarelo, laranja e vermelho. A floração ocorre continuamente entre a Primavera e o Outono, podendo a colheita das flores ser feita ao longo deste período. A capuchinha tem um sabor fresco e picante, semelhante ao do agrião, podendo ser usada em saladas frias, sumos e na finalização de pratos. Actualmente é valorizada, principalmente, pelos restaurantes gourmet, pelo seu sabor exótico e aspecto decorativo, abrirem o apetite, favorecerem a digestão. 

A flor é rica em carotenóides (pró-vitamina A) e luteína e em vitamina C. À capuchinha também se atribuem propriedades bactericidas, digestivas, expectorantes e sedativas (consumir Tropaeolum majus à noite ajudará a combater a insónia). 

 

Preparação

A flor da Tropaeolum majus é toda ela comestível, não necessitando de cuidados especiais, contudo deve verificar-se a existência de insectos, que por vezes se alojam no interior da corola, e passar a flor por água de modo a remover poeiras, mas sem proceder à fricção da mesma para não danificar os tecidos e provocar o seu enegrecimento. Poderá ser usada inteira, com as pétalas e as sépalas, ou só as pétalas, dependendo do gosto e da utilidade que se pretende. 

 

Conservação

As flores são muito perecíveis devido à sua alta actividade respiratória e ao reduzido conteúdo de carbohidratos de reserva, o que faz com que a comercialização seja limitada tendo em conta a reduzida longevidade da mesma. 

A baixa temperatura no armazenamento é um factor importante no retardamento da deterioração, uma vez que diminui os processos metabólicos e o crescimento de patogénios, mantendo, assim, a qualidade por mais tempo. 

O período máximo de conservação das flores é de oito dias, quando acondicionadas em embalagens de PVC e armazenadas em câmara fria, enquanto as que não são conservadas no frio se apresentam murchas ao segundo dia. 

Devem utilizar-se as flores frescas, porém, também podem secar-se à sombra, em local ventilado e sem humidade, e guardar em sacos de papel ou pano, armazenando, depois, em local fresco e seco. 

Planta

A Tropaelum majus é uma planta herbácea anual de crescimento rápido, caules carnudos e postrados podendo crescer até aos 3,5 metros de comprimento. 

As folhas são peltadas, de margens lisas, com cerca de 8 a 15 cm de diâmetro, com cor verde escuro basso na página superior e verde glauco na página inferior, suportadas por um longo pecíolo de 4 a 6 cm, que se insere  ao  centro da folha. 

As flores inserem-se no caule ao nível da axila foliar. Esta planta não é exigente quanto ao solo, adaptando-se bem a solos ácidos, neutros ou básicos, tendo perferência por solos com altos teores de matéria orgânica. Prefere climas amenos com temperatura média anual de 22 ºC, é exigente em água e sensível às geadas.

Nesta planta, à excepção da raíz e do caule, todo o resto é comestível, podendo usar-se as flores, as folhas e as sementes, sendo que as folhas são maioritariamente servidas em saladas e as sementes utilizadas em substituição da pimenta.

 

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