EntoGreen arranca este ano com construção de fábrica

Existem apenas “três fábricas” a nível mundial preparadas para desenvolver um produto como o concentrado proteico desenvolvido pela EntoGreen.

Texto e foto: Ana Catarina Monteiro

A empresa portuguesa Entogreen domesticou a espécie “mosca soldado negro” para converter os excedentes de frutas e legumes, provenientes do setor agrícola, em fertilizantes e concentrados proteicos para alimentação animal. 

O concentrado é o “produto estrela” da empresa de Santarém e a sua composição envolve “70% de proteína”. Entre as suas aplicações está a substituição da farinha de peixe, para alimentação de peixes, e da soja. 

Segundo Daniel Murta, “este é um produto inovador que ainda não existe em muitos mercados internacionais. Atualmente, são apenas três as fábricas preparadas para este tipo de produção, como a que pretendemos começar a construir até final deste ano”, revela ao Agronegócios Daniela Murta, um dos responsáveis por este projeto, durante o evento Tech@Portugal, que se realizou na passada quinta-feira no Porto.

A empresa pretende lançar até final do ano a primeira pedra da sua unidade fabril, a ser erguida no distrito de Santarém. O objetivo é ganhar escala para entrar para o mercado com uma capacidade de produção de 2500 toneladas de concentrado proteico por ano. Prevê-se que os processos absorvam cerca de 3000 toneladas de subprodutos alimentares por mês. 

Além do concentrado proteico para alimentação animal, a Entogreen produz óleo de inseto, que também pode ser utilizado na alimentação animal ou na cosmética. “O nosso objetivo é encontrar formas de nutrir os animais de uma forma mais eficiente, com uma fonte proteica mais sustentável. Há que lembrar que a Europa é deficitária em mais de 70% das fontes protéicas para alimentação animal, ou seja, estamos reféns dos outros continentes. No caso de Portugal o caso é pior, mais de 90% da soja que consumimos é importada. É por isso muito importante encontrar alguma autonomia nestas fontes nutricionais, nomeadamente a proteína”, conclui Daniel Murta.

A Entogreen está também na origem da Portugal Insect (em maio de 2018), associação portuguesa de produtores de insetos que conta já com nove associados.

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