Crédito Agrícola vai premiar mais empresas em 2016

Depois de duas edições caracterizadas pelo sucesso e excelentes projetos, o Prémio Inovação e Empreendedorismo do Crédito Agrícola regressou em força em 2016. O lançamento desta edição aconteceu com o seminário “Empreendedorismo e Inovação na Agricultura, Agroindústria, Floresta e Mar”, no passado dia 1 de abril, e promete contribuir para a divulgação do que de melhor se faz na Agroindústria em Portugal. “Desenvolver a figura do Jovem Empresário Rural” e “Promover e estimular a eficiência e inovação nos setores agrícola, agroindustrial, florestal e do mar em Portugal” continuam a ser os objetivos para a edição deste ano.

Licínio Pina, Presidente do Conselho de Administração Executivo do Crédito Agrícola abriu o 1º Seminário da edição 2016 do Prémio, que decorreu no passado dia 1 de abril nas Caves de Vinho do Porto Ferreirinha, em Gaia, explicando as razões para a existência deste prémio: “a Tecnologia é o futuro da Agricultura”, afirmou, adiantando que, para a edição de 2016, depois do sucesso das anteriores, “esperam receber ainda mais candidatos e melhores projetos”.

Luis Capoulas Santos, Ministro da Agricultura, congratulou o Crédito Agrícola pelo dinamismo em prol do desenvolvimento do tecido agrícola português, aproveitando para referir que a banca é um parceiro essencial do Governo na aceleração dos projetos do PDR 2020, fazendo um pedido para que este setor ajude através do financiamento antecipado a projetos do PDR que estejam aprovados, mas cuja dotação anual dos Fundos já tenha sido ultrapassada. O ministro afirmou ainda querer “usar todo o dinheiro disponível do PDR202 até 2020”, desafiando o setor hortofrutícola a “duplicar o volume de exportação para os dois mil milhões de euros em 4 anos”.

Portugal… Fresh e Food

Uma das entidades convidadas neste seminário de lançamento, foi a Portugal Fresh, representada por Manuel Évora, Presidente desta associação que representa as Frutas, Hortícolas e Flores de Portugal, e que conta com cerca de 90 associados.

Este setor fatura cerca de 2,5 mil milhões de euros e exporta quase 50% daquilo que produz, “e muitas dessas empresas são nossas associadas”, adianta Manuel Évora. A Portugal Fresh aparece em 2010 “para conquistar mercados externos, com resultados fantásticos. Naquele ano, este setor exportava 62% daquilo que importava, no final de 2014, já exportávamos 92% do que importávamos. Ou seja, tornou-se um setor exportador e com a balança comercial praticamente equilibrada. Durante este percurso, crescemos mais de 10% ao ano em volume de faturação.” A Portugal Fresh está aberta a todas as empresas, ou apenas as grandes têm lugar? “Todos podem pertencer, o essencial é que as empresas tenham um foco nos mercados internacionais, uma vocação exportadora. Se não for o caso, têm que estar disponíveis para essa mudança e associarem-se a outras empresas com este objetivo”

Manuel Évora, presidente da Portugal Fresh, fez um agradecimento público ao Crédito Agrícola por “todo o apoio dado à Portugal Fresh nestes últimos anos”. Sobre o porquê de apenas nos últimos anos a agricultura portuguesa se ter virado para o mercado da exportação, Manuel Évora aponta o dedo à falta de organização, fator commumente presente na agricultura portuguesa, e que a Portugal Fresh tem tentado mudar: “em Portugal, no setor hortofrutícola, apenas 18 a 20% dos agricultores estão dentro das Organizações de Produtores, enquanto que a média na Europa é entre os 40 e 50%. Isto diz muita coisa sobre a falta de vontade no associativismo em Portugal, algo que é tão importante para aumentar o poder negocial e a capacidade dos nossos agricultores.”

Outra entidade com fator marcadamente exportador que marcou presença no evento foi a Portugal Foods, Pólo de Competitividade Agroalimentar, criada em 2009, e que reúne 100 empresas e 11 entidades do sistema científico nacional.

Amândio Santos, Presidente da Portugal Foods, adianta que aquela instituição “tem como missão a capacitação e transferência de tecnologia das empresas desta indústria, para uma dinâmica de abordagem aos mercados externos, de forma a que consigamos alicerçar as exportações e inovação dos produtos. A Portugal Foods tem como objetivo o crescimento anual de 4% do volume de exportação, que tem sido alcançado ao longo destes anos”. Em que medida este género de iniciativas como a que o Crédito Agrícola está a levar a cabo podem ajudar as empresas? “Este tipo de iniciativas do Crédito Agrícola são muito úteis e sempre bem recebidas pelas empresas, na medida em que as motivam e estimulam a olhar para dentro e refletirem sobre as suas próprias estratégias e, quando se fala em inovação e em desenvolvimento tecnológico, e quando os méritos são reconhecidos, despoletam uma motivação extra nos empresários que dá bons resultados”.  Qual a razão para o sucesso alcançado pela Portugal Foods? “Essencialmente, sabemos que as empresas, para exportarem, têm de conhecer os mercados alvo, os seus consumidores… A Portugal Foods funciona como um Observatório, analisando os mercados, tendências de consumo, etc., de forma a providenciar às empresas portuguesas informação essencial para o bom desempenho comercial em mercados internacionais.

Exportar exige preparação, e muitas vezes as empresas não têm ferramentas para se conseguirem preparar adequadamente, e a Portugal Foods vem colmatar esta necessidade, sob várias formas, desde o fornecimento de informação e transferência de tecnologia, à participação em feiras internacionais e visitas de compradores ao nosso território.” Quais são os requisitos para ser membro da Portugal Foods? “O nosso core é a indústria da transformação alimentar, e vão desde micro a grandes empresas. O que nós fazemos é adaptar o papel da Portugal Foods à realidade de cada membro.” Existe algum custo de associação? Ela é adaptada à realidade de cada empresa? “Sim, há uma quota anual, que varia de acordo com a dimensão da empresa. O que nós queremos é que as empresas sintam que têm um serviço que é pago, o que vai gerar maior comprometimento entre as partes. Queremos que as empresas exijam de nós um bom serviço.”

Várias Categorias e Prémios

Luis Mira, Presidente do Inovisa, afirma que o Prémio tem conseguido “mobilizar projetos do setor agroalimentar de uma forma notável, registando um crescimento de ano para ano, o que comprova que o setor agrícola está vivo e que não para de crescer.” 

O concurso é aberto a todas as empresas, com prémios nas categorias de produção e transformação; comercialização e internacionalização; Investigação e Desenvolvimento Tecnológico; Desenvolvimento Rural; Jovem Empresário Rural; e Projetos de Elevado Potencial promovidos por Associados do Crédito Agrícola.

Aos projetos vencedores de cada categoria será atribuído um prémio monetário no valor de €5.000,00. Para além disso, os premiados irão ainda usufruir da atribuição de condições preferenciais em linhas de financiamento, bem como outras condições em produtos e serviços financeiros do Crédito Agrícola; Divulgação de vídeo promocional do projeto na cerimónia de entrega de prémios; divulgação do premiado de cada categoria por órgãos de comunicação nacionais.

O concurso concederá também uma Menção Honrosa, no valor de 2.500,00€, para as categorias Produção e Transformação; Comercialização e Internacionalização; Investigação e Desenvolvimento Tecnológico; Desenvolvimento Rural.

A comunicação dos resultados do concurso será realizada numa cerimónia de entrega de Prémios, a realizar no último trimestre de 2016 em Lisboa.

Para mais informações sobre o Prémio Empreendedorismo e Inovação CA, clique aqui.

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