Convenção do Ensino Agrário aprova compromisso para o futuro

Desenvolver estratégias de comunicação que melhorem a imagem do setor agrário em Portugal e mostrem ser capaz de oferecer oportunidades de carreira, valorizando a crescente importância da segurança alimentar, das questões ambientais e da biodiversidade, bem como dos aspetos de natureza social e territorial, levou a aprovação de um Compromisso para o Ensino Agrário.

Neste Compromisso, saído da “Convenção Ensino Agrário em Portugal, Que futuro?”, que decorreu, na passada sexta-feira, dia 17 de março, na aula magna da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), são apresentadas as seguintes propostas:

1 - Plano de comunicação e imagem visando um novo olhar para o posicionamento estratégico do setor agrário e da floresta, ao nível da biodiversidade, do ambiente e preservação da paisagem e dos territórios, bem como da sensibilização e atratividade dos jovens (desde o pré-escolar até ao ensino secundário), envolvendo os principais stakeholders na área da educação;

2 - Alargamento da base social de recrutamento de recursos humanos para os diferentes níveis de educação do setor agroalimentar e da floresta, sendo que no caso do ensino superior deve privilegiar medidas de captação de jovens do ensino profissionalizante em articulação com estratégias regionais de especialização inteligente, bem como de públicos de outras áreas profissionais, tanto a nível nacional como internacional;

3 - Promoção do ensino experimental de ciências visando atrair jovens para os níveis de formação nas áreas das ciências e tecnologia, nomeadamente agroalimentares e da floresta, envolvendo ações de promoção no campo da ciência viva e ocupação científica nas férias, bem como nas Quintas de Ciência Viva;

4 - Plano de renovação e de capacitação do corpo docente no setor agroalimentar e da floresta em articulação com as necessidades do mercado de trabalho, bem como ações de formação especializada para os diferentes níveis de formação agrária, incluindo do ensino profissional;

5 - Linhas de formação integrando competências transversais e transferíveis, com percursos académicos flexíveis e diferenciados por grau ou nível de especialização, garantido tópicos inovadores (caso do conceito de “uma só saúde”, alimentação e segurança alimentar, gastonomia e valorização dos produtos, gestão de recursos naturais, energia renovável, biodiversidade, bem-estar animal e revitalização rural) associados a metodologias inovadoras de ensino e aprendizagem;

6 - Criação de consórcios de instituições de ensino superior visando promover a racionalização da oferta educativa, estratégia que pode ser iniciada por consórcios de formação avançada e especializada, com dimensão internacional, incluindo a área das ciências agrárias tropicais;

7 - Melhoria dos formatos de interação entre as empresas e as instituições de ensino agrário, nomeadamente ao nível do ensino superior, quer ao nível da formação em contexto de empresa, quer em termos de melhoria das competências dos recursos humanos das empresas em contexto académico;

8 - O futuro passa pela transformação estrutural e mudança do perfil de especialização das fileiras agrária e da floresta, traduzida no aumento da produção de bens de maior riqueza nutricional e de serviços de maior valor acrescentado, o que exige, além da qualificação, a aposta na inovação e a adoção de novas formas de relacionamento com as empresas (fornecedores e utilizadores ou destinatários dos bens e serviços), estratégia que deverá implicar a reformulação das cadeias de valor ao nível da produção e da distribuição.

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