Conheça a evolução da produção vegetal na agricultura durante o mês de abril

As previsões agrícolas, em 30 de abril apontam para aumentos de 10%, face à campanha anterior, na produtividade do trigo, triticale, cevada e aveia. No centeio o rendimento unitário deverá manter-se próximo dos níveis alcançados no ano passado.

previsões agrícolas

Quanto às culturas de primavera/verão, a instalação foi frequentemente dificultada pela forte precipitação, conduzindo a atrasos nos terrenos com pior capacidade de drenagem. No arroz, a manutenção das obras de reabilitação no Aproveitamento Hidroagrícola do Vale do Sado continuou a impedir a utilização de cerca de 3 mil hectares de canteiros, prevendo-se que a área semeada desta cultura fique 8% aquém da média do último quinquénio. Já no tomate para a indústria, os dados da contratação entre a indústria transformadora e os produtores apontam para um aumento de 20% na área plantada, face à campanha anterior. No girassol e na batata, as áreas deverão ser semelhantes às de 2020. Nos pomares, realce para o início da colheita das variedades precoces de cereja. A polinização/vingamento decorreu com condições meteorológicas favoráveis, pelo que, após uma das piores campanhas das últimas três décadas, esta cultura deverá retomar níveis de produtividade acima das 3 toneladas por hectare.

Boas produtividades nas pastagens e culturas forrageiras

As condições climatéricas dos últimos meses (precipitação em fevereiro e abril, aumento de temperaturas em março e abril) promoveram o abundante desenvolvimento vegetativo dos prados, pastagens permanentes (semeados e naturais) e culturas forrageiras anuais. A disponibilidade de matéria verde (biomassa) nas pastagens da maioria das explorações pecuárias de regime extensivo foi suficiente para suprir as necessidades alimentares dos efetivos pecuários, estando a utilização de fenos, palhas, silagens e/ou alimentos concentrados restrito a situações específicas e em quantidades inferiores às da campanha anterior. Os cortes de áreas forrageiras (naturais e semeadas) para feno e silagem continuaram ao longo do mês, com boas produtividades. Obras impedem utilização de três mil hectares de canteiros de arroz em Alcácer e Grândola As sementeiras de arroz têm decorrido com algumas interrupções, essencialmente devido à impossibilidade de acesso das máquinas aos terrenos encharcados. As áreas semeadas eram, no final de abril, ainda muito reduzidas. Estima-se a manutenção da área semeada na campanha anterior, 26 mil hectares, 8% abaixo da média do último quinquénio, sobretudo devido às obras de reabilitação do aproveitamento hidroagrícola do Vale do Sado, que continuam a impedir a utilização de cerca de três mil hectares de canteiros.

Superfície plantada de tomate para a indústria deverá aumentar 20%

As plantações do tomate para a indústria iniciaram-se no final de março e também têm decorrido com interrupções devido às chuvas fortes. Com perspetivas de subida de preço nesta campanha, e tendo em conta os dados da contratação entre os primeiros transformadores aprovados (indústria transformadora de tomate) e as organizações de produtores e/ou produtores individuais, prevê-se que a área plantada nesta campanha seja de 16,0 mil hectares, 20% acima da registada na última campanha. No final de abril a área instalada já rondava os 50% da área total a plantar. Quanto ao girassol, estima-se uma área semelhante à da campanha anterior (7 mil hectares).

Batata com área semelhante à da campanha anterior

Na batata, duma forma geral verificou-se algum atraso nas plantações precoces, normalmente de sequeiro, devido não só ao frio intenso de janeiro, mas também a alguns períodos muito chuvosos em fevereiro. Nalgumas zonas mais baixas e com pior capacidade de drenagem, só durante o mês de março foi possível avançar com as plantações e recuperar algum do atraso que se verificava. Quanto à batata de regadio, com início de plantação em março, a instalação também decorreu com algumas dificuldades, essencialmente nos períodos de maior precipitação, impedindo a conclusão dos trabalhos durante o mês de abril. Estima-se que a área plantada seja semelhante à do ano anterior (20 mil hectares). De referir que as emergências foram boas, com um desenvolvimento vegetativo regular e povoamentos homogéneos.

Condições meteorológicas beneficiam desenvolvimento dos cereais praganosos

O aumento das temperaturas e a ocorrência de precipitação contribuíram positivamente para o desenvolvimento vegetativo dos cereais de outono/inverno, que se encontram na fase de espigamento/floração, ligeiramente adiantadas em relação ao normal. Face às disponibilidades hídricas, é de prever que a fase de enchimento do grão também decorra favoravelmente, pelo que se estimam aumentos de produtividade no trigo, triticale, cevada e aveia (+10%, face à campanha anterior). Quanto ao centeio, o rendimento unitário deverá ser semelhante a 2020, próximo das 1,2 toneladas por hectare e 15% acima da média do último quinquénio.

Boas perspetivas para a campanha da cereja

Na cereja, as condições meteorológicas por altura da floração/vingamento permitem antever uma campanha com boas perspetivas de produção. Nas variedades mais temporãs (com maior valorização comercial) já se iniciou a colheita e, apesar do registo de situações de rachamento dos frutos provocados pela precipitação ocorrida ao longo do mês, estima-se um aumento de 270% na produtividade global da cereja, face a 2020. Recorde-se que esta cultura, muito suscetível a incidências ambientais desfavoráveis, foi na passada campanha severamente afetada por intempéries na fase de polinização (nevão em finais de março) e plena produção (granizo e ventos fortes em finais de maio), que conduziram a uma produtividade historicamente baixa (a terceira pior campanha das últimas três décadas).

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