CNA reclama ao Governo celeridade nas ajudas prometidas aos agricultores

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A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) considera que «só agora», em vésperas de eleições, «é que a ministra da Agricultura (Assunção Cristas) e o Governo estão a fazer alguns pagamentos, em atraso, de certas ajudas e a prometer outras».

Em comunicado enviado às redações, a CNA realça que o Governo e a União Europeia (UE) «até parece terem sido atacados por um súbito surto de generosidade e repetem, vezes sem conta, a atribuição de “milhões” de euros aos agricultores».

«Com isso, pretendem esfriar a luta dos agricultores e manipular a opinião pública de forma a levá-la a concluir erradamente», critica a CNA.

No contexto, prossegue o comunicado, «o Governo português, ao manipular esses anúncios e o erário público como tem feito, está ainda a tentar capitalizar resultados eleitorais, nas próximas eleições legislativas de 4 de outubro, para os partidos que constituem a atual maioria».

E acusam: «o exemplo mais exemplar desta demagogia eleitoralista, é o do anúncio de 200 milhões de euros como reforço aos pagamentos das Medidas Agroambientais do PDR 2020 a pagar pelos Orçamentos de Estado durante os próximos cinco anos».

Sendo verdade, apelam, «as medidas Agroambientais e o próprio PDR 2020 precisam de ser reavaliados e que precisam de mais orçamento, verdade é também que a CNA para isso mesmo alertou a ministra da Agricultura com bastante antecedência quando o Governo ainda ultimava a programação do PDR 2020 que entregou a Bruxelas».

A Confederação afirma também que «não será “inocente”, do ponto de vista eleitoral, o facto de, só nesta altura, o Governo estar a fazer alguns pagamentos com vários meses de atraso de certas ajudas como, por exemplo, o pagamento das comparticipações públicas para as Equipas de Sapadores Florestais e para a Sanidade Animal».

A CNA reclama, por isso, ao Governo, «a rápida definição de outras e mais significativas Ajudas para quem quer produzir e seja lá ele qual for o respetivo sector de produção».

A direção da CNA realça ainda que as dificuldades da Agricultura Familiar «são mais do que muitas e quase sempre provocadas pelas más políticas agrícolas e de mercados aplicadas pelos sucessivos Governos e pela UE».

Em consequência, «estão a esmagar os pequenos e médios agricultores e de entre outros problemas: a falta de escoamento e as grandes baixas dos preços à produção; o custo especulativo dos principais fatores de produção; a “ditadura” comercial dos hipermercados; a injusta distribuição das ajudas públicas que sempre tem privilegiado os grandes proprietários absentistas e o grande agronegócio em prejuízo da Agricultura Familiar».

Por tudo isto, a CNA conclui, dizendo que «é ainda mais necessário que o Governo português passe do palavreado aos atos e defina um programa que integre ajudas nacionais, e eventualmente mais ajudas europeias de facto significativas, escalonadas e plafonadas, para acudir às dificuldades e ao drama que vivem todos agricultores portugueses afetados, e seja lá qual for o principal setor Agroalimentar ou Florestal em que se encontrem a produzir».

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